terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Comunhão e Relacionamentos Como Fatores de Crescimento

"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos".


Gálatas 5.13-15

Creio que uma verdade que todos sabemos mas, ao mesmo tempo, não nos cansamos de ignorar, é sobre a importância dos relacionamentos "uns com os outros" no Reino de Deus. Bob Mumford salientou certa vez que seis dos dez mandamentos referem-se a pecados relacionais, ou seja, tratam do nosso relacionamento com os outros - mostrando a importância que isso tem aos olhos de Deus. Porém, a ênfase no indivíduo e seu relacionamento com Deus, sua salvação, sua vitória pessoal, sua felicidade, seus problemas, etc, como resultado do que eu chamo de verticalização da experiência espiritual, têm sido a tônica na maior parte do Corpo de Cristo. E isto em detrimento da comunhão verdadeira e orgânica com outras pessoas na Igreja. Essa, talvez, seja a síntese do maior mal que assola o povo de Deus na atualidade: a superficialidade.
A ênfase no indivíduo e na verticalização da experiência espiritual fazem com que as pessoas vejam as outras na Igreja quase como um mal inevitável, um incômodo à sua experiência pessoal com Deus. Elas achariam melhor viver sua vida espiritual só com a sua Bíblia e Deus, sendo a igreja apenas o "restaurante espiritual" onde ela vai se alimentar. Pode parecer exagero, mas é exatamente assim que as pessoas se comportam em amplos setores da Igreja hoje. Mas não há vida com Deus verdadeira sem o amor prático de uns para com os outros, e as escrituras são abundantes em ensinos nessa direção.

Mesmo aqueles grupos (os poucos) que buscam valorizar mais o aspecto de comunhão e interação entre as pessoas, acabam alcançando pouca realidade e, não raramente, experimentando problemas sérios de relacionamento e divisões. E isto porque o contexto de amor e comunhão não é uma panacéia, mas apenas um ambiente propício ao crescimento, que pode ou não acontecer. Se as pessoas passarem a se reunir em atividades de comunhão mas sem amor, quebrantamento e crescimento, elas podem até "morder e devorar umas às outras", destruindo-se mutuamente, como diz Paulo no texto acima de Gálatas.


Entender que fomos chamados à liberdade, sim, mas para impactar outras pessoas, amá-las e compartilhar o amor de Jesus com elas, é o primeiro passo que se deve dar na direção correta. Desenvolver nas pessoas a consciência de que não deve-se servir dessa liberdade apenas para satisfação pessoal. Os demais conselhos práticos que o apóstolo dá nesse texto são:

1. Não dar ocasião à carne.
2. Servir uns aos outros.

Se continuarmos a ler o texto, do versículo 16 ao 26, veremos outras orientações que ele nos dá no sentido de experimentarmos o melhor de Deus através da comunhão:

1. Andar no Espírito - foco (v16);
2. Na luta entre a carne e o Espírito, inclinar-se para o Espírito - escolhas (v 17);
3. Cultivar o fruto do Espírito (v 18-25);
4. Resistir à vanglória e à inveja. Cultivar humildade (v 26).

Vejam que se entrarmos nesse processo de vencer progressivamente as obras da carne e deixar o fruto do Espírito aumentar, o resultado será crescimento e transformação. E a evidência desse fruto será vista em nossos relacionamentos. Portanto, o que evidência a nossa maturidade é o amor e a qualidade dos nossos relacionamentos, e não o nosso conhecimento, dons ou verticalidade de nossa relação com Deus.

MOVIMENTOS PRÓ E CONTRA A VERTICALIZAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA

Estive lendo e estudando nos últimos dias sobre a reforma protestante e creio que podemos identificar, já na época, algumas das sementes que ajudaram a moldar essa tendência individual que predomina na Igreja. Em grande parte, as teses de Martinho Lutero demonstravam a fé pessoal em Jesus Cristo como o fator de salvação e não a participação contínua nos sacramentos da Igreja e a realização das obras meritórias para purificação constante e progressiva, como pregava a Igreja Católica. Nessa última, a salvação era o resultado da constante purificação trazidas pela participação nos sacramentos da Igreja e a realização das boas obras. Se ao final da vida essa purificação não tivesse sido suficiente, ainda havia o purgatório para completar essa purificação antes de ir para o céu. Em outras palavras, Lutero tirou a Igreja como a única mediadora e ministradora da salvação, e colocou a fé pessoal (portanto, do indivíduo) na obra redentora de Jesus como o único requisito necessário para a salvação. Ele tira da Igreja e dá ao indivíduo o protagonismo na obtenção da salvação pessoal.

Isso foi bom, por um lado, pois trouxe de volta o entendimento bíblico da justificação pela fé, que realmente é a base do evangelho. Mas trouxe também o esvaziamento do aspecto corporativo da Igreja e a ênfase na experiência individual. A fé pessoal em Jesus, então, e não a Igreja com todos seus sacramentos e rituais, é que estava no centro do processo de salvação. 


Martinho Lutero

O problema da reforma de Lutero é que não foi radical o bastante, apesar de ter representado um passo importante. A princípio, ele queria melhorar a própria Igreja Romana, como atesta a apresentação da Confissão de Augsburgo, em 1530, que foi uma delicada tentativa de conciliar a sua Reforma com o Catolicismo Romano. O documento foi rejeitado, selando-se então o rompimento com Roma. A resistência foi grande. Roma era muito poderosa. Se não fosse o apoio direto dos príncipes e da nova burguesia dos grandes proprietários de terra germânicos, que viram em Lutero a possibilidade de ver-se livre da indesejável interferência de Roma em seus assuntos, e a possibilidade de reaver as muitas terras da Igreja, talvez a reforma tivesse sido totalmente sufocada. Apesar de trazer os avanços conhecidos, a nova Igreja Luterana acabou tornando-se uma espécie de Igreja oficial do império Romano-Germânico. 

Alguns reformadores divergiram de Lutero exatamente por não achá-lo radical o bastante. Lutero manteve o batismo de crianças, por exemplo. Um grupo que buscava uma reforma mais radical separou-se de Lutero e formou o movimento que ficou conhecido como Anabatista. O prefixo "aná" é um advérbio grego que significa, entre outras coisas, "de novo", "outra vez". Anabatismo, portanto, significa "rebatismo". E chamavam-se assim porque praticavam o batismo ou rebatismo de adultos, que podiam conscientemente decidir-se pela salvação em Jesus. Pregavam a importância da experiência pessoal de cada um. Portanto, somente pessoas com idade suficiente para tomar uma decisão consciente podiam se batizadas - um reforço a mais na crescente ênfase no indivíduo. Uma verdade boa, porém, como toda reforma radical, introduzia sementes de desequilíbrio que viriam a se manifestar mais tarde.

É claro que a posição católica sobre o papel da Igreja de intermediação na salvação dos homens não ajudava em nada no entendimento de como a comunhão e o amor entre os irmãos operam a edificação da Igreja. O que estamos dizendo aqui é que a reforma foi um passo importante em direção à restauração das verdades perdidas, mas não ajudou a ir na direção correta no que concerne à comunhão do Espírito. Pelo contrário, introduziu um elemento de individualismo que acabou gerando superficialidade e frieza.

J. P. Spener
Um movimento que surgiu mais de cem anos depois, na segunda metade do século XVII, foi o Pietismo, que nasceu no seio do luteranismo como um esforço de intensificação da fé cristã reformada. Liderado por P. J. Spener (1635-1705) e A. H. Francke (1663-1727), esse movimento teve como texto básico o livro Pia Desideria (1675), escrito por Spener. Desse livro vem o nome Pietismo dado ao movimento. Ele enfatizava o valor da religiosidade prática de caráter íntimo e fervoroso. Mais que a teologia, importaria a "piedade cristã": uma conduta de vida centrada na experiência da fé, sentida mais do que pensada, aliada à mais rigorosa conduta moral. Visava combater a frieza trazida pelo dogmatismo intelectualista dos teólogos luteranos e a ortodoxia doutrinária da Igreja oficial. Foi um movimento muito interessante, que ajudou a trazer mais profundidade, mas mais uma vez enfatizava mais a experiência individual do que a orgânica no Corpo de Cristo.
Os movimentos Pentecostal e Carismáticos também foram fundamentais para o crescimento da Igreja, mas também não trouxeram contribuições relevantes para a restauração da comunhão e da vida orgânica da Igreja, apesar da importância do avivamento e restauração dos dons espirituais que trouxeram.
Menno Simons
No entanto, devemos ressaltar alguns movimentos a partir da reforma que, apesar de não terem restaurado a devida dimensão da comunhão como fator de crescimento e amadurecimento dos santos, foram importantes "incursões" nesse campo, que trouxeram experiências que merecem a nossa atenção. Uma das vertentes do Anabatismo, chamada de pacifista, devido à sua rejeição a qualquer forma de violência (enquanto os outros anabatistas eram bem violentos, envolvendo-se em revoltas armadas contra os seus opositores) buscou um estilo de vida baseado em comunidade, como a observada na Igreja primitiva do livro de Atos e outros textos do Novo Testamento, onde todos repartiam o que tinham e viviam juntos. São exemplos os irmãos morávios (depois chamados de "Huteritas", em referência ao seu líder Jacob Hutter), os Menonitas (em referência a Menno Simons, teólogo e ex padre católico convertido ao Anabatismo) e os Amish (uma dissidência dos Menonitas liderada por Jacob Amman). Eles viviam em comunidades agrícolas, compartilhando seus bens, rejeitando qualquer forma de violência, recusando-se a alistar-se em serviços militares, não aceitando nenhuma forma de controle do estado sobre os seus assuntos de fé, recusando funções públicas, etc, e vivendo uma vida em comunidade e separados ao máximo do mundo. Esses movimentos permanecem até aos dias de hoje, após fugir de sucessivas perseguições para a Rússia e depois para o Canadá, Estados Unidos e mesmo para o Brasil e outros países da América do Sul. Um exemplo são os Menonitas que imigraram da Rússia para Santa Catarina, no Brasil, por volta dos anos 1930, fugindo da perseguição do Comunismo, que começou a confiscar suas terras e mandar muitos Menonitas para os campos da Sibéria, por representarem um obstáculo a implantação das reformas comunistas. Essas comunidades existem até hoje, como a colônia Menonita de Witmarsum, próximo a Curitiba.
Foram movimentos que valorizaram a comunhão no sentido de vida comunitária. Mas foram movimentos restritos que não tiveram muito impacto na Igreja como um todo e nem enfatizavam tanto o aspecto de crescimento trazido pela comunhão, mas sim o valor prático da vida em comunidade e desapego do mundo.
John Wesley
Já o Metodismo, liderado por John Wesley, surgiu no século XVIII na Inglaterra como um movimento de despertamento religioso no interior da Igreja Anglicana, além da ênfase da justificação pela fé, trazia também a ênfase na santificação pela fé, através da disciplina, moral e ética a serem perseguidas através da consagração pessoal. Mas um interessante elemento que introduziu foram as "bands", pequenos grupos de 5 a 10 pessoas que se reuniam para suporte mútuo, discipulado e treinamento, uma espécie de precursor no século XVIII das atuais células. Também no Pietismo haviam sido introduzidos, por J. P. Spener, no século XVII, pequenos grupos de estudos e discussões para gerar maior crescimento espiritual mútuo. Mas foram iniciativas pontuais, que lançaram algumas sementes, mas foram insuficientes para impedir a verticalização da experiência espiritual que veio a caracterizar o cristianismo atual.
CONCLUSÕES
A grande limitação de todos os movimentos de reforma, até hoje, foi a de não conseguir trazer o nível de comunhão e vida no Espírito que se observou na Igreja primitiva, de forma impactante o bastante para revolucionar o testemunho da Igreja no mundo e de produzir genuíno crescimento e santidade no Corpo de Cristo. Esse parece ser o grande próximo passo para levar a Igreja a um novo nível de poder, testemunho, amor e espiritualidade, tirando-a do lamentável quadro atual de individualismo, superficialidade e baixa reputação perante a sociedade.
Roberto Coutinho

domingo, 1 de dezembro de 2013

AS LIÇÕES DE UM SEMÁFORO

Uma pequena crônica que escrevi um dia desses...



Final de tarde. Horário do “rush”. A tempestade se avizinhando da cidade, como é típico nas tardes do final de ano. Todos seguindo rapidamente para algum lugar, como se estivessem fugindo de um mal que os acossa. A pressa é evidente e a impaciência está no ar. Sigo também freneticamente pela avenida, em uma luta implacável contra o relógio. E de repente, me defronto com o destino incontornável que espera a todas as pessoas que vivem e circulam pelas cidades no mundo moderno: o semáforo. Implacável e indiferente à agitação que o cerca. Lá está ele, imponente e taciturno.

Paro resignado e submisso ao sinal vermelho. Não há nada a fazer a não ser parar e se render à sua autoridade. E ao perceber isso, de repente, como um lampejo, começo a pensar nas lições que se pode aprender com um semáforo de avenida em um movimentado final de tarde. Isso mesmo. O velho, frio e imparcial semáforo. Não há quem seja motorista e já não tenha perdido a paciência com as fatalidades e o pragmatismo de um semáforo. E comecei a pensar...

O semáforo é uma das poucas regras que se impõe a uma sociedade avessa ao controle. Poucos têm a ousadia de questionar a sua irritante mania de dizer quem avança e quem pára. É uma das poucas leis amplamente absorvidas pela sociedade. Verde, amarelo e vermelho. Uma coisa rudimentar, primitiva e quase ridícula. Mas tão necessária e poderosamente presente em nossas vidas. E temos a estranha mania de nos render à tácita autoridade que nos é imposta pela luz vermelha do semáforo. Pode nos custar caro a petulância de questionar a sua decisão. Não raro, pode custar a nossa própria vida, sacrificada no altar da rebeldia ou do exibicionismo. Por isso ele é tão eloquente. Ele não diz nada, não tem rosto nem expressão. Não grita nem faz cara feia. Mas a luz vermelha nos impõe peremptoriamente a sua vontade, e como que em um gesto de apego à vida nos deixamos levar por uma súbita rendição ao bom senso.

Diante dele não há diferenças de classe ou privilégios. Diante de um semáforo podemos ver um caríssimo carro importado parando ao lado de uma surrada bicicleta de um morador de favela: ambos resignados e submissos diante da prepotente autoridade da luz vermelha. Não há como corrompê-lo. Não tem como pagar-lhe um cafezinho e ter a vida facilitada. É uma das poucas situações em nossa sociedade em que todos são iguais diante da lei. 

Há outras coisas que um semáforo nos ensina, se o observarmos por tempo suficiente. Ensina-nos que nem sempre a vida nos favorece. Enquanto as portas se abrem para uns, elas se fecham para outros. Nos mostra que nem todos podem vencer ao mesmo tempo. Que uma mesma situação representa a oportunidade para uns e a estagnação para outros. Nunca todos vencerão ao mesmo tempo. A vida não é assim. Sempre há os vencedores e os perdedores. E o semáforo teima em nos ensinar isso, ainda que não estejamos atentos para entender.Mas há o outro lado dessa história que ele, poucos segundos depois, nos ensina. A situação sempre muda. Nenhum mal dura para sempre. Toda crise passa. A oportunidade da luz verde sempre acaba nos sorrindo. De repente, é hora de você prosseguir e outros assistirem ao seu avanço. A sua alternância implacável – verde, amarelo e vermelho – é, no fim, a alternância da vida. Dia e noite. Verão e inverno. Primavera e outono – as estações do ano não em ordem cronológica, mas em pares opostos. A vida sempre insiste em nos ensinar que a alternância é parte integrante de sua melodia – e não há nada que possamos fazer a respeito. O semáforo, se prestarmos atenção, nos ensina a mesma verdade. O sinal vermelho de hoje vai se tornar o sinal verde de amanhã. O segredo é não desistir.

O que mais pode nos ensinar um frio, mecânico e intransigente semáforo? Insisto em pensar que deve haver mais alguma coisa que essa geringonça da vida moderna tenha a nos ensinar. O sinal ainda está vermelho para mim. Acho que a mágica dessa reflexão fez o tempo parar, pois consegui pensar em tudo isso e a teimosa luz vermelha ainda tripudia sobre mim. Mas olho para o fluxo de carros que atravessa à minha frente e, sem explicação nenhuma, vejo que eles vão diminuindo a velocidade. Parecem não aproveitar a vantagem que obtiveram e começam a reduzir a marcha e parar. Até que param. Então percebi que o semáforo não é apenas a dialética do verde e do vermelho. Tem a luz amarela também. Tímida que é, aparece rapidamente e logo dá lugar à vermelha. Sua participação é rápida mas não menos importante. Ela é um aviso. Um alerta. A vedação da luz vermelha nunca se apresenta subitamente, sem o gentil aviso da luz amarela, que tem a nobre missão de nos preparar para a sorte que nos aguarda. O segredo de não sucumbir às luzes vermelhas de nossa vida é prestarmos atenção às luzes amarelas que sempre nos avisam dos perigos. Resistir ao seu sábio conselho pode nos levar a ser pegos de surpresa. Pode até mesmo ser fatal.

De repente o sinal verde acende, os motores aceleram, pedindo impiedosamente para que eu comece a andar. O tempo volta a correr novamente e minha reflexão é interrompida pela vida real. Acelero e volto à minha luta sem fim com essa outra máquina implacável que é o relógio. 
Paro em frente à escola de minha filha, a pego, entramos no carro e saímos em direção à nossa casa. Olho para ela enquanto dirijo e digo: 

- Filha, não é incrível o que um semáforo pode nos ensinar?

Ela olha para mim com a fisionomia de alguém que procura o sentindo de uma piada não entendida e, finalmente, pergunta: 

- O quê? 

Eu penso por um instante e respondo, resignado: 

- Nada não filha. São só umas bobagens que eu andei pensando! E sorri...

Mas continuando o caminho me deparo com outro semáforo vermelho e penso comigo mesmo: “que Deus a ajude a não precisar dos semáforos para aprender as lições que eles me ensinaram nesse final de tarde”...

ROBERTO COUTINHO

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

REUNIÃO DE INAUGURAÇÃO DAS NOVAS INSTALAÇÕES DA COMUNIDADE DA FAMÍLIA CRISTÃ

Todos estão convidados! No Próximo Domingo, dia 03/11/2013, com café da manhã a partir das 09 horas da manhã.




"Viver como Jesus...e compartilhar seu amor!"
 
 
Roberto Coutinho

sábado, 21 de setembro de 2013

Parte 2 - Passos Para Entrar Na Herança

Série de estudos a respeito da herança que foi disponibilizada pelo testamento do Senhor Jesus Cristo, que passou a ser eficaz após a sua morte, e que beneficia a todos os filhos de Deus, que foram redimidos mediante o resgate pago pelo precioso sangue de Jesus - que nos livrou da escravidão dos pecados e delitos e nos transportou do império das trevas para o Reino de Deus. E ao nos redimir, dessa forma, ele nos livrou das maldições que estavam sobre nós devido à nossa desobediência e nos liberou todas as bençãos decorrentes da sua obediência. E essa é a nossa herança: todas as suas preciosas promessas.




Nessa parte do estudo, Roberto Coutinho analisa aspectos práticos sobre como entrar nessa herança em nossa experiência com Deus. Como sair do campo das promessas e entrar na experiência da provisão de Deus nas diversas áreas de nossa vida: material, emocional e espiritual.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Introdução - Reivindicando Sua Herança Perdida


Segue abaixo um áudio de 30 minutos com a introdução ao estudo "Reivindicando a Sua Herança Perdida". É uma série de estudos que será ministrada nos dias 11, 18 e 25 de Setembro, às 20 horas, na sede da Comunidade da Família Cristã, por Roberto Coutinho. São reflexões a respeito da herança que foi disponibilizada pelo testamento do Senhor Jesus Cristo, que passou a ser eficaz após a sua morte, e que beneficia a todos os filhos de Deus, que foram redimidos mediante o resgate pago pelo precioso sangue de Jesus - que nos livrou da escravidão dos pecados e delitos e nos transportou do império das trevas para o Reino do Filho do seu amor. E ao nos redimir, dessa forma, ele nos livrou das maldições que estavam sobre nós devido à nossa desobediência e nos liberou todas as bençãos decorrentes da sua obediência. E essa é a nossa herança: todas as suas preciosas promessas.




Você que é da região de Taubaté, do Vale do Paraíba e mesmo de outras cidades, é nosso convidado especial para participar dessas reuniões que não serão apenas de ensino, mas de ministração também. Cremos que essa é uma palavra transformadora que pode trazer mudanças práticas em sua vida e uma experiência abundante em seu caminhar com o Senhor, tornando-o alvo das benção de Deus, que  "perseguem" aqueles que aprendem o caminho que os leva a vivenciar o melhor de Deus para sua vida.

Para você que não poderá estar presente nas reuniões esperamos que esses áudios sejam uma benção para você e lance luz sobre áreas da sua vida que você nem mesmo sabe porque não consegue nunca ser vitorioso.

Que o Senhor abençoe você e torne-o apto à "herança dos santos na luz".

sábado, 17 de agosto de 2013

TIAGO - PARTE 7: A DIREÇÃO DE DEUS

"Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por um instante e logo se dissipa. Em vez disso, deveis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isso ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante é maligna".

Tiago 4.13-15

Em nosso último estudo vimos o poder da vontade e como ela pode nos levar para longe de Deus. Agora, precisamos entender que Deus tem sempre uma direção para nós, que devemos conhecer e andar nela.

Onde você está, o que você é e para onde você está indo é o resultado de seus próprios planos ou o resultado do seu andar na direção de Deus? Seu trabalho, a cidade onde vive, o que você estudou ou está estudando, o que ocupa o seu tempo, sua atenção e energia, estão em linha com a direção de Deus? Em resumo: VOCÊ ESTÁ SEGUINDO A DIREÇÃO DE DEUS?

Como você decide a direção que tomar em sua vida?
O texto acima de Tiago 4.13-15 traz um confronto entre o que poderíamos chamar de abordagem de vida centrada em nossas próprias pretensões x abordagem de vida centrada na direção de Deus. Não é uma questão apenas retórica, religiosa e de jargão espiritual, mas uma questão absolutamente prática, que diz respeito ao eixo em torno do qual orientamos nossa vida: nossos alvos, nossos planos e nossas decisões. E ele ensina que não há espaço para neutralidade nessa questão. Ou estamos seguindo nossas próprias pretensões arrogantes ou estamos seguindo a direção de Deus. E mais do que isto: afirma também que a jactância humana em torno de nossas próprias pretensões é maligna (provém do inimigo). 

Muitas pessoas que vão à igreja, professam sua fé em Cristo e mantém uma prática religiosa regular, o fazem sem abdicar do controle total de suas pretensões, planos e decisões. Não submetem-se a nenhuma forma de busca objetiva da vontade e direção de Deus. Elas mantém o monopólio das suas decisões e não buscam aconselhamento ou alguma forma de orientação junto a seus líderes, pessoas mais maduras e nem, muito menos, de Deus diretamente.

No entanto, veja o que diz Romanos 8.14:

"Porque todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus".

Ser guiado pelo Espírito de Deus é a nossa marca como filhos de Deus. Mas por que é tão importante assim seguirmos a direção do Senhor? Creio que podemos enumerar, pelo menos, as seguintes razões:

1. Porque Ele tem um plano para cada um de nós. Efésio 2.10.
2. Porque Ele sempre sabe o que é melhor para nós. Romanos 12.2.
3. Porque Ele conhece as consequências de nossas decisões no futuro. Tiago 4.14.
4. Porque ser guiado por Deus nos leva a permanecer para sempre. 1 João 2.17.

Gostaria também de compartilhar um princípio nas escrituras que nos é revelado em, pelos menos, três textos:

1. Jonas 1.1-3: Jonas fugiu "da presença do Senhor", e foi para Társis.
2. Gênesis 4.16: Caim saiu "da presença do Senhor", e foi habitar na terra de Node.
3. Gênesis 17.1: Deus manda Abrão a andar "na sua presença" e ser perfeito.

O que podemos inferir a partir desses três textos? Sempre que alguém tomava uma direção contrária à vontade de Deus, as escrituras dizem que essa pessoa fugiu, ou saiu, da "presença de Deus". E quando Abrão é convidado a andar na direção de Deus para sua vida é usado o termo "anda em minha presença". Portanto, podemos concluir que andar na direção de Deus é o mesmo que andar na sua presença: com sua cobertura, proteção e benção. Quando saímos da sua direção, porém, saímos da sua cobertura, proteção e deixamos de atender os requisitos necessários para recebermos suas bençãos.

Você pode "estar" na presença de Deus quando vai à igreja, participa de uma reunião de oração ou participa de um tempo precioso de louvor e adoração. Mas você "anda" na presença de Deus quando vive em obediência à sua palavra e direção.A presença do Senhor em sua vida está onde Ele apontou você para ir e estar. É como a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite, quando o povo peregrinava no deserto. Se você quisesse andar na presença de Deus, então precisava ir para onde a nuvem e a coluna de fogo iam.

Muitos cristãos querem ser abençoados, participam de campanhas e correntes de oração, mas não andam na direção de Deus, são desobedientes e não a seguem. Vagam por aí sem cobertura e proteção de Deus. Consequentemente, não desfrutam das bençãos decorrentes e vivem abertos aos ataques e investidas do inimigo. Perdem o melhor de Deus e vivem em desânimo e derrota. 

E você, irmão? Vai abraçar a direção de Deus para sua vida, ou vai fugir para Társis?

Portanto, podemos enunciar aqui o seguinte princípio:

"A presença ativa de Deus está onde Ele disse para estarmos".

Creio que podemos dividir a presença de Deus, em nossa experiência, em três níveis:

1. Presença Inconsciente:
Ocorre na vida de todos, que em geral nem têm consciência dela. É fruto da onipresença de Deus.

2. Presença Sensitiva:
Para quem se relaciona com Ele. É a presença de Deus que sentimos na oração, na adoração, na meditação e nas escrituras, etc. É a sua presença sensitiva.

3. Presença Ativa:
Para quem anda na sua direção, em obediência. Deus não somente está presente mas atuando diretamente em nossa vida.

Quando andamos na direção de Deus, temos a sua presença ativa.

Roberto Coutinho

domingo, 11 de agosto de 2013

CAMPANHA: REIVINDICANDO SUA HERANÇA PERDIDA


DIAS 4, 11, 18 E 25 DE SETEMBRO - 20 HORAS
COMUNIDADE DA FAMÍLIA CRISTÃ

TODOS ESTÃO CONVIDADOS!




Ministração: Roberto Coutinho

TIAGO PARTE 6: O PODER DA VONTADE

“De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”.

Tiago 4.1-3

A frase "dos prazeres que militam na vossa carne", no versículo acima, poderia ser substituída pelas palavras "das suas vontades". A vontade do homem é a mola propulsora das suas ações e comportamento. Portanto, é uma área que necessita da ação direta da graça de Deus para que possamos ter vida que agrada ao Senhor.

A vontade não é apenas um sentimento. Ela é um vetor: possui intensidade e direção. E está sempre nos levando a algum lugar. Onde vamos chegar e que resultados iremos atingir dependem, em grande medida, da direção de nossas vontades. A questão crítica que se coloca aqui é: para onde suas vontades estão levando você?

Em Gênesis 4.6-7 temos a seguinte afirmação do Senhor:

"Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo".

Conhecemos a história e o que acabou acontecendo: Caim se levantou contra Abel, por inveja, e o matou. Vemos aqui que a vontade do homem caído pode levá-lo a cometer as maiores insanidades. Ela é forte, e o homem caído nem sempre é capaz de controlar seus desejos e vontades. Concluímos, portanto, que uma das principais características do novo homem, restaurado pelo evangelho, é a de ter a sua vontade transformada de acordo com a vontade de Deus, pela graça e operação do Espírito Santo. Nossos desejos contrários à sua vontade precisam ser tocados e transformadas por Ele, se quisermos viver uma vida que o agrade. E isso é algo sobrenatural. É o milagre da transformação pela Graça de Deus.




Esta ação transformadora da nossa vontade está disponível para nós hoje. Veja o que Paulo escreve em Filipenses 2.13:

"porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade".


A Graça de Deus opera em nossa vida transformando nossa vontade, alinhando-a com a vontade de Deus, e nos colocando no caminho da vitória pessoal sobre o pecado. Mas esse não é um processo automático. Precisamos estabelecer as condições para que essa ação transformadora tome lugar em nossa experiência. Mas quais são essas condições?

Sem querer ter a pretensão de ter uma resposta completa a essa pergunta, gostaria de sugerir que essas condições envolvem pelo menos três atitudes:

1. Quebrantamento (Tiago 4.8-10): significa uma atitude de arrependimento, humildade e dependência do Senhor.

2. Renúncia (Lucas 22.42): decisão verbalizada de abrir mão de sua vontade em favor da vontade de Deus. É muitas vezes verbalizar essa decisão mesmo contra nossa vontade, como foi no caso de Jesus no Getsêmani. Essa verbalização é pouco praticada pelos cristãos hoje em dia. Ma ela é bíblica e tem o poder de trazer transformação para a área em foco de nossa vida.

3. Consagração (Romanos 12.1-2): a vida cristã não é apenas de quebrantamento e renúncia. Ela é ativa e dinâmica, através da nossa dedicação a fazer aquilo que sabemos ser da vontade de Deus. Isso é consagração: direcionar nossas ações e atitudes para o centro da vontade de Deus.

Que o Senhor nos ajude a trilhar o caminho do crescimento e da transformação de nossa vontade, para que ela se torne cada vez mais agradável a Ele!

Roberto Coutinho

Pai: Referência de Deus. Senso de Origem e Destino.

"Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar".
Mateus 11.27

Jesus deixa claro nesse versículo que Ele veio para nos revelar Deus como "Pai". Deus não era conhecido assim até então. Você praticamente não encontra nenhuma referência a Deus no Velho Testamento como Pai. Ele era chamado de Senhor, Jeová, El Shadai (Todo Poderoso) e assim por diante. Devido ao mandamento de não tomar o seu Santo Nome em vão, os judeus evitavam pronunciá-lo. Era uma relação onde Deus era o Senhor, excelso, e eles o seu povo amado - seus servos. A revelação de Deus como Pai só acontece com vinda de Jesus. E a razão é simples, e foi explicada pelo próprio Jesus:

..."quem vê a mim, vê o Pai. Como dizes tu: mostra-nos o Pai?" João 14.9b.

Não há Pai a menos que haja um Filho. Ninguém se torna um Pai enquanto não for revelado que ele tem um filho. E Jesus não só veio para revelar-se como Filho de Deus, mas para nos dar a possibilidade de também nos tornarmos filhos de Deus (João 1. 12). E de desfrutarmos dos benefícios de nossa filiação (Romanos 8.15 e Gálatas 4.6-7)




Um outro significado subjacente a esse é o que nos é revelado em Efésios 3.14-15. Como Derek Prince, um renomado Mestre da Palavra escreveu certa vez, esse texto nos revela que toda a paternidade deriva da paternidade original de Deus. Portanto, os pais recebem uma autoridade que é derivada da autoridade original de Deus. E a figura do nosso pai natural reflete a imagem de Deus como Pai.

Estudos foram realizados e comprovaram os reflexos negativos da ausência da figura do pai no desenvolvimento humano. Um excelente e reconhecido estudo nesse sentido foi conduzido por um psicólogo e pesquisador francês chamado Guy Corneau. Ele não tem um enfoque cristão mas demonstra, com clareza, a necessidade humana da figura do Pai. Ele estudou os efeitos da ausência paterna na geração que cresceu, sem os seus pais, logo após a Segunda Guerra Mundial, devido à enorme quantidade de homens que morreram no conflito. Esse estudo é sintetizado no excelente livro: "Pai Ausente, Filho Carente", publicado em português pela Editora Brasiliense. Recomendo, a todos que puderem, a leitura desse livro.



Capa do livro "Pai Ausente, Filho Carente".

 Portanto a figura de nosso Pai natural é uma referencia moral, afetiva e espiritual que nos revela não somente a nossa origem, mas também o nosso destino. 

Que todos nós possamos honrar nossos Pais e celebrarmos, neles, a autoridade e a revelação de Deus em nossa vida!

Roberto Coutinho

domingo, 14 de julho de 2013

UMA REFLEXÃO SOBRE A FÉ

"Porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé". 
1 João 5.4


Na dimensão da fé nenhum problema tem tamanho absoluto. Cada problema passa a ter o tamanho que você mesmo dá a ele. Nessa dimensão, nem a morte pode ser um problema grande demais. Sua incredulidade os faz crescer, mas a fé, firme e persistente, os dissolve, até se tornarem uma resposta, um mover dos céus a seu favor, uma provisão, uma saída onde aparente não havia nenhuma. Esse mundo é o fascinante mundo da fé. Uma aventura vivida na presença Dele. O mundo que Deus nos desafia a viver dia após dia.

Se você foi testado e falhou, lembre-se: existe a graça de Deus para te levantar e dar a você uma nova chance de vencer. E se você foi foi testado e você venceu, lembre-se: Ele vai prover novos desafios para você usar o seu conhecimento vez após vez, em níveis cada vez mais elevados, em direção aos lugares altos que Ele planejou para você viver.


Cantora Jamily

Segue abaixo um vídeo com uma canção nova da cantora gospel Jamily (e já fazendo uma propaganda para que você compre o CD!), que fala exatamente sobre esse tema fascinante de nossa jornada cristã: A FÉ:




Que Deus nos ensine a viver e vencer pela FÉ, cada dia mais!

Pastor Roberto Coutinho

domingo, 30 de junho de 2013

TIAGO - PARTE 5: OS PECADOS DA LÍNGUA

"Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã".
Tiago 1.26

Chama a atenção a posição de centralidade que Tiago dá à questão da língua, afirmando que nossa relação com Deus (religiosidade) é vã se não formos capazes de refrear a nossa língua. Mas porque a língua exerce uma influência tão forte em nossa vida espiritual? Como ela exerce essa influência?

Em primeiro lugar, porque nós podemos anular, com nossas palavras, aquilo que fazemos. Mesmo que tenhamos boas ações e aparência de piedade, se abrirmos demais a nossa boca, acabaremos colocando a perder tudo aquilo que construímos. Veja este versículo de Provérbios:

"O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os seus lábios a si mesmo se arruína".
Provérbios 13.3

Bastam algumas palavras para por tudo a perder em um relacionamento, uma amizade, em uma negociação ou mesmo em um casamento ou na Igreja. Palavras erradas ou ditas em hora errada podem comprometer todo um trabalho. E quanto mais falamos, mais chance temos de errar.

Em segundo lugar, o uso de nossa língua é tão importante porque, no mundo espiritual, nossas palavras tem o poder de um documento assinado:

"Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante do meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai, que está nos céus".
Mateus  10.32-33

Nossas palavras, no caso da confissão descrita acima, tem o poder de selar a nossa vida eterna. Elas determinam a posição de Jesus com relação a nossa salvação. A confissão é o uso da língua com o objetivo de definir o nosso posicionamento espiritual. Tem o valor de um documento assinado perante o mundo espiritual. Temos que tomar cuidado, portanto, com o que confessamos. Nossas palavras abrem o mundo espiritual diante de nós, tanto para nos trazer bençãos como para nos trazer maldição, dependendo de nossas palavras. Veja também Romanos 10.9-10 e Provérbios 18.21.


Vejamos a seguir algumas consequências do mau uso da língua:

1. Angústia: Provérbios 21.23 
2. Infelicidade: 1 Pedro 3.10
3. Destruição: Provérbios 18.7
4. Impureza: Mateus 15.11

É importante observarmos como, tanto o mau como o bom uso da língua, sempre traz consequências na vida pessoas. De alguma forma estamos sempre colhendo os frutos das palavras que plantamos.

"Põe Guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios"
Salmos 141.3

Agora vejamos alguns pecados da língua descritos pelas Escrituras:

1. Falar mentiras: Efésios 4.25
2. Palavras impuras: Efésios 4.29
3. Mexericos: Levíticos 19.16; Provérbios 20.19
4. Murmuração: Filipenses 2.14; 1 Coríntios 10.10
5. Difamação (calúnia): Salmos 101.5
6. Bajulação: Salmos 12.1-3; Provérbios 26.28; 29.5
7. Falar demais: Provérbios 14.23; Eclesiastes 5.3

Um outro aspecto que queremos enfocar é que podemos vencer os pecados da língua - e a Bíblia nos ensina como obter essa vitória. Seguem alguns princípios de vitória sobre esses pecados:

1. Buscar a cura para os problemas da língua: Isaías 6.5-7.
2. Encher o coração de coisas boas: Lucas 6.45.
3. Pensar antes de falar, ser cuidadoso: Salmos 34.13
4. Não falar no tempo mau, no meio da crise, na ira: Amós 5.13.

Que o Senhor nos ajude a vencermos os pecados da língua, a termos uma boa confissão e a comermos das benção decorrentes do bom uso de nossa língua!

Roberto Coutinho


quinta-feira, 13 de junho de 2013

TIAGO - PARTE 4: O PRINCÍPIO DA CONFISSÃO

"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo".
Tiago 5.16


Uma das práticas bíblicas recomendada pelos apóstolos e amplamente negligenciada pelos cristãos evangélicos é o da confissão. E creio que isso se dá até como uma forma de se contrapor à prática da penitência dos cristãos católicos. De fato, as Escrituras não nos ensinam a confissão como algo a ser feita a um Sacerdote e nem muito menos a necessidade de realizar ações de penitências definidas por ele. Esse é um sacramento definido pela Igreja Católica no Concílio de Latrão, em 1215. Mas não podemos rejeitar o princípio bíblico da confissão dos pecados para ser curado, conforme Tiago nos ensina no versículo acima. Devemos praticá-la dentro dos princípios ensinados na Palavra de Deus.

A palavra "pecado" nesse versículo é traduzida da palavra grega "paraptoma", que significa "desvio, derrapagem, falta, transgressão". Em nossa caminhada cristã cometemos essas derrapagens, desvios ou faltas, e precisamos ser perdoados e curados. A confissão está ligada ao perdão e a oração de uns pelos outros à cura. Mas por que, além de perdão, necessitamos também de cura?

Em Salmos 32.3-4 vemos as consequências do pecado: sofrimento, pesar, somatização, sequidão, etc. Ele traz consequências espirituais, emocionais e físicas (somatização, doenças). Davi disse que enquanto ele calou o seu pecado os seus ossos envelheceram e o seu vigor (saúde) foi afetado. Necessitamos, portanto, não somente do perdão, mas também da cura de eventuais sequelas do pecado.


No entanto, aconselhamos que você confesse o seu pecado e receba oração de irmãos que você confia e que tenham maturidade espiritual para ministrar sobre sua vida. Não podemos sair por aí confessando nossas falhas a qualquer pessoa na Igreja. Creio que para praticarmos esse princípio da confissão e oração uns pelos outros, é necessários preenchermos requisitos pessoais e de ambiente. Em 1 João 1.7-9 lemos:

"Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça".

Requisitos pessoais para a prática da confissão:

1. Honestidade.
2. Coragem.
3. Humildade.

Requisitos de ambiente para a prática da confissão:

4. Confiança.
5.Comunhão.

É preciso ter honestidade, coragem e humildade para reconhecermos e confessarmos nossas falhas. E é preciso também haver comunhão com o(s) irmão(s) para quem você vai confessar e que irá orar por você. Nesse contexto de comunhão e confiança, a Bíblia diz, o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado.

Já em Salmos 51.1-13 temos Davi descrevendo o que a cura dos pecados nos traz:

- Coração puro.
- Renovação.
- Espírito inabalável (firmeza).
- Presença do Espírito Santo.
- Alegria da salvação.
- Espírito voluntário (desejo de servir).
- Autoridade para pregar.

Que o Senhor nos ensine a praticar a confissão, em um ambiente de amor e confiança, para que possamos vencer e ser libertos dos pecados.
Pr. Roberto Coutinho

sexta-feira, 7 de junho de 2013

TIAGO - PARTE 3: A ANATOMIA DO PECADO

"Bem aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando essa o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte". 
Tiago 1.12-15

As palavras "provação" e "tentação" são a mesma no original grego. Elas são traduzidas da palavra "peirasmos", e ora é traduzida como "provação" e ora como "tentação". Significa também "testar, avaliar". O que nos chama a atenção no texto acima de Tiago é a sua afirmação tácita de que, ao sermos tentados, não devemos dizer que somos tentados por Deus - porque Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta. E, de imediato, vamos enfrentar uma aparente contradição nas escrituras e extrairmos daí uma primeira conclusão.

A Aparente Contradição

Em Gênesis 22.1 temos seguinte afirmação:

"Depois dessas coisas provou (peirazo) Deus a Abraão e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui".

Temos aqui, portanto, uma aparente contradição nas Escrituras. Tiago afirma que não somos tentados (peirazo) por Deus e, no texto acima, temos que Deus "provou" (peirazo) a Abraão! Como explicarmos isso?

A Língua Portuguesa nos proporcionou uma vantagem em relação a essa questão porque, por algum motivo, nós temos uma palavra para "peirasmos" que tem uma conotação positiva - "PROVAR" - e outra que tem uma conotação negativa - "TENTAR". A primeira tem o sentido positivo de "avaliar, testar com o objetivo de aperfeiçoar" e a segunda tem um sentido negativo de "desafiar, induzir, com o objetivo de vencer, envergonhar e condenar". Ambos são testes, mas têm objetivos bem opostos: um o de gerar crescimento; o outro, de gerar condenação.

Deus permite que sejamos "provados" para nos trazer crescimento. Mas Ele a ninguém "tenta", como explicou Tiago, porque Ele não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta. Mas o inimigo das nossas almas se incumbe disso, pois estamos em uma guerra espiritual onde uma de suas principais armas contra nós é a tentação: provas que tem o objetivo de nos derrubar e gerar condenação. Percebem a diferença?


Temos um exemplo claro disso nas Escrituras em Jó 1.6-12. Vemos que houve Deus permitiu que Satanás lançasse uma série de ataques e testes contra Jó para que ficasse estabelecido se ele era fiel mesmo a Deus ou não. As duras provações foram estabelecidas na vida de Jó, mas os objetivos de Deus e de Satanás eram opostos: Deus queria demonstrar e aperfeiçoar a fidelidade de Jó. Satanás queria derrubá-lo de sua fé e o condenar. As provações foram permitidas por Deus, mas as tentações foram lançados por Satanás - exatamente como se dá em nossa experiência cristã.

Em Mateus 4.1 lemos:

"A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado (peirazo) pelo Diabo".

Quem o levou ao deserto? O Espírito Santo (Deus). Para quê? Para ser tentado pelo Diabo.


Os Estágios da Tentação e do Pecado

Outro ensino muito importante de Tiago nesse assunto é o que podemos chamar de "estágios da tentação e do pecado", através dos quais podemos entender como as tentações nos levam a pecar. Nessa análise podemos constatar do que o pecado é constituído e como ele opera em nós. Podemos descrever o que estou chamando aqui de a "Anatomia do Pecado", ou seja, quais são as suas facetas e partes constituintes. Se soubermos como ele opera, será mais fácil também entendermos como vencê-lo.

O texto de Tiago 1.14-15 nos mostra os seguintes estágios que nos levam a pecar através das tentações:

1. Atração: ..."cada um é tentado pela própria cobiça, quando essa o atrai"...
2. Sedução: ..."e seduz"...
3. Concepção: ..."Então, a cobiça, depois de haver concebido"... 
4. Consumação: ..."dá a luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado"...
5. Conseqüência: ..."gera a morte".

Mas como vencer as tentações? Para vencer as tentações temos que eliminá-la já em seu primeiro estágio de atuação: a atração. E a Bíblia nos traz algumas orientações sobre como nos manter imunes à atração do pecado:

1. Vigiar e Orar:
Mateus 6.3; Marcos 14.31; Lucas 22.40.

2. Andar em espírito:
Gálatas 5.16.

3. Desviar-se do mal (proteção passiva):
Jó 1.1 e 8; Provérbios 16.17.

4. Fugir do pecado (proteção ativa):
1 Coríntios 6.18; 2 Timóteo 2.22

5. Submeter-se a Deus e Resistir ao Diabo (proteção agressiva):
Tiago 4.7

Que o Senhor nos ensine a ter uma vida de vitória sobre o pecado!

Pr. Roberto Coutinho

quinta-feira, 6 de junho de 2013

TIAGO - PARTE 2: TRANSFORMAÇÃO PELA PALAVRA

"Portanto, despojando-vos de toda impureza e acumulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma". Tiago 1.21

A palavra traduzida como "implantada" no versículo acima vem do grego "emphutos" que significa também "enxertar". A Palavra é poderosa para nos salvar, mas ela deve ser "acolhida com mansidão" e "enxertada" em nós. Isso indica um processo de interiorização da Palavra que deve tomar lugar em nós. Algo além de ouvir. Um processo que inclui a humildade e a mansidão para recebê-la e acolhe-la em nosso interior com atenção, abertura e responsividade. É uma forma de receber a Palavra que devemos aprender a fazer, para que possamos ser transformados por ela.

Enxerto de muda.
"Enxertar", a rigor, significa estabelecer uma conexão entre dois entes vivos de forma a estabelecer uma interação, sinergia e compartilhamento de vida entre eles. O termo é utilizado na botânica e na medicina para denominar procedimentos que fazem exatamente isso: enxerto entre plantas, enxerto de peles, etc. Portanto a Palavra de Deus, que é viva e eficaz (Hebreus 4.12), deve ser acolhida dentro de nós de tal forma que produza interação e efeito em nossa vida. Precisamos aprender a ouvir a Palavra de Deus.

Porém, de maneira prática, como se dá esse "acolhimento com mansidão" da Palavra em nós, que produz vida e transformação? Creio que podemos citar, pelo menos, 4 práticas nessa direção: meditação, reflexão, oração e discipulado:

1. Meditação
Meditar é pensar com cuidado e atenção, gastando tempo com Deus e a Palavra:
Gn 24.63; Js 1.8; Sl 1.1-3; 19.14; 27.4; 39.1-4; 104.34; 119.15, 27, 97; Lc 2.19; At 10.19; 1Tm 4.15

2. Reflexão
Refletir é avaliar o impacto, as conseqüências e implicações de uma verdade, um fato ou uma ação que fizemos ou pensamos em fazer.
Dt 4.39; Sl 73.16; Pv 19.2; 20.25.

3. Oração
Oração é comunicação com Deus, o que as escrituras nos ensinam que devemos manter constantemente.
Mt 6.6; 14.23; Mc 6.46; Lc 6.12; 9.28; At 10.9; Fp 1.6; Cl 4.12; Tg 1.5.

4. Discipulado
É submissão ao ensino e acompanhamento de um mestre. É o modelo de ensino ordenado pelo Senhor.
Mt 13.36; 28.19-20.

Permanecendo Sensível à Palavra

Creio que "acolher com mansidão" o que nos é ensinado fala também de permanecermos sensíveis a Palavra por tempo suficiente para que ela produza frutos. Muitas vezes a Palavra de Deus não traz transformação em nós porque não nos mantemos ligados a ela por tempo suficiente. A recebemos, mas logo nos esquecemos dela e não permitimos que sua operação em nós seja eficaz:

"Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e logo se esquece de como era a sua aparência". Tiago 1.23-24.

Não permanecemos na presença de Deus por tempo suficiente para que aquilo que Ele nos falou produza quebrantamento e transformação. Às vezes até nos emocionamos, somos tocados por Deus, mas logo nos esquecemos do que Ele nos falou, nos ocupamos de outros assuntos e até mesmo de outras Palavras, e nos retiramos daquele lugar em Deus onde ele pode nos transformar. Como resultado tornamo-nos apenas ouvintes e não praticantes daquilo que Ele nos fala.

Pr. Roberto Coutinho

sexta-feira, 24 de maio de 2013

TIAGO - PARTE 1: UMA LIÇÃO DE COMUNICAÇÃO

Um primeiro ensino de Tiago que eu gostaria de enfatizar é o que se encontra em Tiago 1.19-20:

"Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus".


De maneira impressionantemente clara e direta ele nos dá uma receita de como ter uma boa comunicação entre nós, cristãos. Ele dá três conselhos simples e, ao mesmo tempo, extremamente difíceis de seguir:

1. Ser pronto para ouvir.
2. Não se precipitar no falar (tardio para falar).
3. Não ficar nervoso (tardio para se irar).

Simples, não é? Se praticássemos isso o tempo todo, 90% dos nossos problemas relacionais deixariam de existir! Isso me fez pensar sobre a discussão, por exemplo. O que é uma discussão?

Discussão é uma interação entre duas ou mais pessoas onde:

1. Ninguém está ouvindo.
2. Todos estão falando.
3. Todos estão nervosos (ou pelo menos perderam a calma!).

Perceberam? Discussão é onde todos estão fazendo exatamente o contrário do que Tiago está nos ensinando no texto acima. 

Devemos se capazes de ouvir (entender) as pessoas se quisermos nos relacionar bem com elas. Somos refratários a certas pessoas porque nunca a ouvimos de verdade e, portanto, nunca a entendemos realmente.

Devemos também pensar antes de falar. Magoamos muitas vezes as pessoas porque não pensamos antes de falar, e acabamos dizendo coisas que nós mesmos nos arrependemos depois. Quem já não cometeu esse erro?  Provérbios 18.7 diz: "A boca do insensato é a sua própria destruição, e os seus lábios, um laço para a sua alma". O tempo e espaço onde vivemos não tem uma borracha com a qual podemos apagar as bobagens que dissemos. Uma vez dito...está dito.

Finalmente, o que também é um grande desafio para nós, devemos evitar a ira. Alguém certa vez disse que a ira é "o vento que inflama a chama da nossa insensatez".  A ira nos leva a fazer coisas ruins. A agir com ímpeto e sem pensar. E Tiago nos alerta, no versículo 20: "Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus". E você pode argumentar: Mas Jesus ficou irado no Templo, quando expulsou todos os mercadores! Mas o ponto, é que ali ele não estava agindo na "ira do homem", mas sim sendo dirigido pelo Espírito Santo. Ele estava, no Espírito, expressando a indignação do Pai - portanto, ele estava produzindo a justiça de Deus!

Creio que existem três níveis de comunicação entre as pessoas:

1. Discussão: onde, como vimos, ninguém está ouvindo, todos estão falando e todos estão nervosos.
2. Debate: é uma discussão mediada ou com alguma organização, evitando que todos falem ao mesmo tempo. Também as pessoas não costumam estar abertas para ouvir no debate pois querem provar sua tese. E, também, não é raro as pessoas ficarem iradas durante um debate.
3. Diálogo: é o nível mais adequado de comunicação, onde ambos ouvem, ambos falam e todos mantém a calma. É o nível de comunicação que nos ensina Tiago nos dois versículos que lemos. É o que deve haver entre casais, irmãos, colegas, líderes, na família, na empresa, e assim por diante.

Vamos praticar o nível de comunicação que nos ensina Tiago? Moleza não é mesmo? É só ser pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar...

Roberto Coutinho