quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O Aspecto Ofensivo da Nossa Guerra Espiritual

"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

Mateus 16.18

"Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem".

Romanos 12.21



Algo interessante nesse texto de Mateus 16.18 é que Jesus nos dá uma visão ofensiva da atuação da Igreja frente às ações do inferno. Não diz que os cristãos vão ficar escondidos na Igreja, passando a tranca nas portas e resistindo bravamente para que o inferno não a invada e cause "dano no arraial" - o que seria uma posição mais defensiva de guardar a fortaleza e se blindar do mundo exterior. Pelo contrário, Jesus afirma a Pedro que são "as portas do inferno" é que não vão prevalecer contra a Igreja! Deus tem uma estratégia ofensiva para a Igreja, e não meramente defensiva.

O apóstolo Paulo nos exorta a vencermos o mal com o bem. O bem tem o poder de vencer o mal. Mas o intrigante nesse texto é que ele nos alerta a "não nos deixar vencer pelo mal". O que isso significa? Significa que se não tomarmos cuidado, o mal pode nos vencer! Mas como ele pode conseguir isso? Ele já não está vencido? Como ele pode ainda obter vitória sobre nós?

Na verdade, as Escrituras ensinam que as armas da nossa luta são poderosas em Deus (2 Coríntios 10.4) para vencer o mal, mas diz também que o nosso inimigo tem artimanhas e ardis que podem ser usados contra nós (2 Coríntios 2.11). A palavra no Grego para "ardis" (noema) tem o sentido de "dispositivo, armadilha, estratagema para induzir ao erro". Em Cristo, suas armas contra nós não tem poder inerente, como aquelas brigas do Super Herói contra o Vilão, nos desenhos animados, em que um fica mandando raios cada vez mais poderosos um contra o outro. As armas do nosso inimigo constitui-se de nos levar a cair em nossos próprios erros ou fragilidades, lançando armadilhas e usando de artimanhas. São como armas de guerrilha contra um exército bem equipado.


Isso nos faz lembrar da guerra no Vietnã. Os Estados Unidos tinham o mais poderoso exército do Planeta, e com suas armas muito superiores expulsaram rapidamente os Norte-Vietnamitas do Vietnã do Sul. Mas a guerra de imagens e contra-propaganda da carnificina das batalhas fez a opinião pública se virar contra o Governo Americano que, acuado, acabou se vendo obrigado a retirar as suas tropas em 1972, o que abriu caminho para os comunistas do Vietnã do Norte invadirem novamente o sul e unificar o Vietnã sob uma ditadura comunista. Mesmo com armas muito mais poderosas, os EUA saíram como os grandes perdedores da guerra, com quase 50 mil mortos em troca de nada.


O inimigo tenta algo semelhante contra a Igreja. Sabe que não tem chances contra as poderosas armas em Deus que temos contra ele. Mas ele tenta usar de artimanhas e ardis para nos derrotar, usando armadilhas e armas de guerrilha e contra-informação, para nos derrotar. Mas como Paulo nos ensinou, não devemos "ignorar os seus ardis" (2 Coríntios 2.11).



Quais são os principais ardis que Satanás usa contra nós? Podemos dividi-los em basicamente três tipos:

1. O Engano
2. A Tentação
3. A Acusação

Essas artimanhas do inimigo contra nós só tem eficácia se cairmos nelas, se nos deixarmos vencer pelo mal. Pois em Jesus, temos antídotos poderosos contra cada uma delas: 

1. A Verdade
2. O Espírito Santo
3. A Graça de Deus

Isso sem falar nas armas de ataque e defesa de Efésios 6.13-17, que merece um estudo à parte, mas vamos nos ater aqui à natureza dessa nossa guerra. Precisamos anular esses ardis do mal contra nós, através da Verdade, do Espírito Santo e da Graça de Deus, e aprendermos a vencer o mal com o bem.

A Vitória Acontece Primeiro Dentro de Nós

Eu tive a experiência de prestar o serviço militar obrigatório. E uma das coisas que aprendi é sobre como se dá o treinamento e a preparação de um soldado.

Na primeira fase do treinamento dos recrutas, nada de pegar em armas ou aprender sobre doutrina e táticas de combate. Aquele grupo inicial de rapazes, fora de forma e indisciplinados, acostumados a fazer só a sua própria vontade e muitos, inclusive, acostumados ao conforto, precisam ser lapidados moral, disciplinar e fisicamente. Devem aprender a suportar situações de stress e pressão psicológica (típicas de um ambiente de combate), a obedecer sem reservas e a ter disciplina e preparo físico - vitais para a sobrevivência em combate.

Só depois de alguns meses de duro treinamento básico, quando todos já aprenderam a ser um "soldado" por dentro é que, gradativamente, cada um vai sendo encaminhado para as suas instruções de formação militar específica: aprendem a usar as armas, as comunicações e os equipamentos especiais.

A Bíblia diz que temos que ser um "bom soldado de Cristo Jesus" (2 Timóteo 2.3-4). Diz que "nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou". Temos que estar fortes e preparados para a batalha, interiormente, sem embaraços que nos impeçam de ser bons soldados de Cristo e aptos a vencer o mal com o bem. 

"para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior". Efésios 3.16.

É quando nos fortalecemos, mediante o Espírito, em nosso homem interior, é que estamos aptos a vencer. É quando não nos deixamos levar pelo mal, não caímos em seu engano, suas tentações e acusações, é que contribuímos para o estabelecimento dessa Igreja, cujas portas do inferno não prevalecerão contra ela!


Roberto Coutinho

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

As Tres Perguntas Essenciais

Li recentemente em um livro sobre uma velha estória oriental sobre três perguntas essenciais que inquietavam profundamente um poderoso e rico monarca, que estava indagando sobre os caminhos da sabedoria. Ele propôs aos seus súditos, então, essas três maiores interrogações da sua vida, prometendo enorme recompensa a quem viesse a respondê-las. Eram as seguintes:

- Qual o momento mais importante na vida do Homem?
- Qual a pessoa mais importante?
- Qual a tarefa mais importante a ser feita?

Se você é cristão, crê em Jesus, salvo e convicto de que somos chamados para ir e evangelizar o mundo, você já deve estar esfregando as mãos e pensando: "mas essa é fácil, o momento mais importante é o da salvação, a pessoa mais importante é Jesus e a tarefa mais importante a ser feita é evangelizar outras pessoas, com nossa vida e palavras". Perfeito! Se pudesse responder essas perguntas ao velho monarca, poderia ganhar a grande recompensa "mole, mole". Não tem como dizer que essas respostas não estejam certas. É evidente que estão corretas. 

Mas essas são as respostas certas, simples e objetivas, a partir de uma perspectiva espiritual sobre o plano de Deus para o homem. Mas existe um outro conjunto de respostas, de um ponto de vista mais prático, e que também é verdadeiro. E uma vez acolhidas, nos ajudam inclusive a entender e cumprir melhor essa perspectiva espiritual de abordar as três questões.

A velha estória oriental prossegue nos contando que, após anos de penosa busca e sem receber respostas satisfatórias, o nosso monarca acabou por se achar no topo de uma longínqua montanha, onde um velho e sábio anacoreta respondeu-lhe:

- O mais importante é sempre o momento presente. 
(é quando podemos fazer, de imediato, a diferença e definir o nosso destino).

- A pessoa? A mais importante é a que está a nossa frente. 
(que pode ser alvo instantâneo de nossa influência,  generosidade e amor).

- Quanto a tarefa, a mais importante é fazer essa pessoa feliz! 
(abençoando-a, inclusive mostrando-lhe o dom da salvação!) 

Não fará uma grande diferença em nossa vida se abraçarmos esses conceitos, de verdade, em nossa jornada cristã? 

Roberto Coutinho

* A estória citada neste texto está narrada em "A Hora da Verdade", um livro sobre liderança e gestão do executivo sueco Jan Carlzon, que salvou a empresa aérea sueca SAS da falência nos anos 1980, em uma incrível história de virada empresarial com base no foco máximo na "hora da verdade": o momento em que a organização está em contato direto e servindo ao cliente.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O Reino de Deus e suas Implicações Práticas

Palavra Ministrada na Igreja Caminho da Graça, em Taubaté.

O que é o Reino de Deus? Por que é fundamental entendê-lo? Como ele afeta a nossa vida prática, nossa conduta e a forma como vemos as coisas?  Essas e outras perguntas são tratadas de maneira clara, escriturística o objetiva por Roberto Coutinho, nessa palavra ministrada na Igreja Caminho da Graça, em Taubaté - SP, no dia 21/08/2016. Separe um tempo e ouça essa palavra que pode mexer com sua vida, sua visão e seus valores!


O Reino de Deus - E Suas Implicações from Roberto Coutinho on Vimeo.