segunda-feira, 6 de abril de 2020

Igreja Saudável - Introdução



"Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor."

Efésios 4.15-16.
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,            
Efésios 4:15


Temos iniciado, com alguns líderes, estudos sobre o que poderíamos chamar de uma "Igreja Saudável". E é um tema importante e queremos abordá-lo com muita responsabilidade e humildade. A Bíblia, no Novo Testamento, nos fala muito da Igreja como o "Corpo de Cristo", enfatizando o aspecto orgânico de sua vida e dinâmica. E como todo organismo vivo ela pode apresentar-se saudável ou não. Pode estar desenvolvendo-se de forma saudável ou pode apresentar enfermidades e problemas. Nessa série de estudos iremos enfatizar algumas das características de uma Igreja saudável, vistas nas Escrituras, e também, alguns problemas ou marcas de uma igreja "não saudável" ou enferma.

Gostaria de destacar sete características que a Bíblia aponta como sendo próprias de uma Igreja saudável. Elas não são exaustivas. Muitas outras podem ser facilmente identificadas e certamente serão abordadas por nossos colegas de ministério com quem, conjuntamente, estaremos falando sobre esse tema nas próximas semanas. 

Seguem abaixo quais são essas sete características e o texto chave que usarei em cada uma delas. Nos próximos dias e semanas vou compartilhando, do meu coração, em posts rápidos, a respeito de cada uma delas:

7 Características de uma Igreja Saudável

1. Vive no Amor e Comunhão – Atos 2.42-46
2. Cresce – Atos 2.47
3. Influencia – Mateus 5.13
4. Dá bom testemunho – Mateus 5.14-16
5. Expressa a multiforme sabedoria de Deus – Efésios 3.10
6. Dá sustentação à verdade – 1 Timóteo 3.15
7. Tem imunidade – Mateus 18.17 

Que o Senhor esteja contigo e até os nossos próximos posts!

Roberto Coutinho

domingo, 22 de março de 2020

JARDIM ou MATO? Com o que se parece sua vida?

O propósito de Deus para o Homem envolve a sua inserção em um ambiente organizado e produtivo. Nesse vídeo, Roberto Coutinho analisa esses princípios na primeira menção da criação do Homem na Bíblia, em Gênesis 2.7-8.




Por: Roberto Coutinho

sábado, 14 de março de 2020

O Princípio da Afeição




Não é incrível como duas palavras tão antagônicas como “amor” e “morte” podem estar em uma mesma frase e, assim mesmo, formar um sentido real? Pois nesse pequeno verso extraído de Cantares 8.6 vemos uma das verdades mais importantes da vida: a força poderosa e impulsionadora do amor.

Aquilo que fazemos - nosso procedimento, ações, investimento de tempo, recursos e atenção - tem a ver com aquilo que “amamos” ou, em última análise, aquilo que “aprendemos a amar”. É uma força interna motivadora e que nos influencia, até mesmo inconscientemente, a ser o que somos e fazer o que fazemos. Assim como a morte é uma força inexorável, o amor também é. O amor é forte como a morte.

Isto posto, não é difícil reconhecer a importância de sabermos quem são as pessoas e coisas que são objetos do nosso amor. E eu creio que é oportuno, neste momento, introduzirmos o conceito de “afeição”.

Afeição significa “inclinação, pendor para alguma coisa”. Envolve o sentimento de carinho e afeto, deveras adquirido e construído ao longo do tempo, e direcionado a alguém ou até mesmo a alguma coisa. Essa noção de construção é importante para o conceito de afeição que vamos trabalhar nesse estudo. Ou seja, afeição, em geral, não é um sentimento de amor espontâneo, mas um amor que vai sendo construído com o tempo. Muitas vezes não há amor no princípio. Pode haver até uma certa aversão que, com o tempo, vai se transformando em apego e afeição. E o ser humano tem uma capacidade impressionante de desenvolver afeição não só por outras pessoas, mas também por animais, bens e até mesmo objetos e instituições.

A Síndrome de Estocolmo

Um exemplo impressionante do potencial que o ser humano tem de desenvolver afeição é o fenômeno psicológico que ficou conhecido como “Síndrome de Estocolmo”. Após um assalto a banco com reféns na cidade sueca de Estocolmo, durante os seis dias em que os funcionários do banco foram mantidos reféns, o que se viu ali foi algo verdadeiramente improvável: laços afetivos, e até mesmo de cumplicidade, foram formados entre o sequestrador e suas vítimas. Ou seja, por razões diversas, que não vamos detalhar aqui, até mesmo uma vítima pode desenvolver, com o tempo, uma afeição pelo seu agressor. E isto por causa dessa enorme propensão que nós humanos temos de desenvolver afeição por pessoas, lugares e objetos até mesmo improváveis, que estão nos fazendo mal e não bem. As pessoas podem adquirir afeição por um professor severo, ou por uma autoridade totalitária, por exemplo. E a experiência e a história nos dão muitos exemplos disso.

Torcedores Fanáticos

Outro exemplo do potencial que o ser humano tem de desenvolver afeição são os torcedores fanáticos de futebol e outros esportes. E é um exemplo interessante para ilustrar como que a afeição é algo adquirido como fruto de uma decisão inicial. O torcedor fanático de hoje, até um dia da sua vida, não torcia para equipe alguma. Em algum momento, por algum motivo, decidiu torcer por ela. E essa torcida, essa relação, cresceu ao longo do tempo de tal forma que o tornou um defensor implacável e fanático do seu time. Torcedores brigam, fazem loucuras e sacrifícios. E é uma afeição extrema que foi construída ao longo do tempo, e como fruto de uma decisão inicial.

A dedicação vem antes da Afeição

Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” Mateus 6:21

O Senhor abriu os meus olhos dias atrás para um detalhe importante nesse versículo. Jesus não disse “porque onde está o seu coração, aí está o seu tesouro”. Mas sim “onde está o seu tesouro (causa: onde dedicamos tempo, recurso e forças), aí estará também o teu coração (efeito: amor, apego e afeição). Há coisas que você acabará amando e desenvolvendo afeição pelo simples fato de você dedicar tempo e recursos nelas: uma pessoa, uma casa, um carro, uma carreira, uma ideologia, um time de futebol, etc. A dedicação vem antes da afeição. A afeição, na verdade, é fruto de uma entrega contínua e progressiva. Onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração.

Então, a pergunta que se faz aqui é: o que você escolheu “entesourar” em sua vida? Onde você escolheu desenvolver e colocar a sua afeição? No que (ou em quem) você escolheu investir o melhor do seu tempo, dos seus recursos e energia?  Isso, em grande medida, determina quem você é, quem e quais coisas você ama, o que controla e direciona a sua vida. Você consegue entender isso?

O Primeiro Mandamento

“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. Deuteronômio 6.5

Não é difícil entender agora porque a Palavra nos ordena a “amar” a Deus, de todo o nosso coração, alma e forças. Porque o amor é algo que pode se desenvolver a partir de uma decisão. O nosso conceito de que o amor é sempre algo espontâneo, independente de nossa decisão e vontade, como a flecha de um cupido que nos atinge, nos impede de ver o amor também como uma afeição que emerge de uma decisão inicial de dedicar tempo, recursos e atenção a alguém ou mesmo à alguma coisa.

Eu já cheguei a me questionar em certa época porque Deus fica o tempo todo exigindo que se adore a Ele, e somente a Ele e mais ninguém. Pode até soar como uma espécie de narcisismo divino de não querer deixar espaço para mais ninguém. Mas na verdade, o Senhor sempre nos exorta a amá-lo, adorá-lo e colocá-lo em primeiro lugar, porque é isso que vai nos levar a nos apegar às coisas certas e a rejeitarmos as coisas erradas. É o que vai nos conduzir pelo caminho da vida:

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Provérbios 4:23

Por isso, devemos decidir amar as coisas certas: amar ao Pai. Amar a Jesus. Amar nossa família: cônjuge, filhos, pais e irmãos. Amar a igreja, aos irmãos de caminhada. Amar os perdidos. Amar a Palavra. Amar a oração. E tudo começa com a decisão de nos dedicarmos às coisas certas. O que são os objetos da nossa afeição define o que somos em Deus.

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele”. João 14:21

Você quer ter a manifestação de Jesus em sua vida? Desenvolva afeição por Ele, levando a sério sua Palavra. Gastando o melhor do seu tempo e dos seus recursos com Ele. Isso vai gerar afeição por Ele. Vai gerar amor à medida que o experimentar. Vai fazer com que você seja amado pelo Pai. E Jesus também vai te amar, manifestando-se pessoalmente a você. Esse é o segredo da verdadeira manifestação de Jesus em nossa vida. Essa é a chave para ser usado por Ele, com poder e verdade.

Ponteiro da Bússola

O amor não é apenas um sentimento. Ele é um vetor: tem intensidade, direção e sentido. Ele sempre está nos levando em direção àquilo que amamos. E o nosso amor ao Pai é o que nos direciona a Ele e à sua vontade. Funciona como uma bússola que sempre nos orienta a direção na qual devemos andar.

O que nos faz desviar do pecado, e vencê-lo, é a graça de Deus. E a graça de Deus é o fruto do Seu amor por nós. E a medida que experimentamos a graça de Deus, a nossa resposta ao Senhor é o amor. E esse amor, por ser “forte como a morte”, vence as forças pecaminosas que operam em nossa alma: os desejos lascivos, os vícios, os hábitos arraigados, a carnalidade, os desvios da alma e da personalidade. Enfim, vence o pecado em nós! E isso porque esse amor torna-se uma força maior que essas outras que operam em nosso interior e as neutraliza. Não é o esforço humano que vence o pecado, mas o Amor de Deus operando em nós através da sua Graça!   

O amor ao Pai é o ponteiro da bússola que nos aponta a direção certa e não nos deixa desviar nem para a direita e nem para a esquerda. E essa “direita” e “esquerda” podem ser definidas como o “mundanismo” e a “religiosidade” – as duas formas de nos perder em nós mesmos. E tentações virão, querendo nos atrair para um lado ou para o outro. Mas se estivermos vivendo no amor do Pai e em Sua intimidade, assim como uma bússola, esse amor não vai nos permitir desviar nem para um lado e nem para o outro.

O Filho Pródigo e o Filho mais Velho

Essa é uma das muitas verdades que a famosa parábola do filho pródigo nos ensina. Tanto o filho pródigo como seu irmão tinham o mesmo problema básico: não conheciam realmente o amor e a intimidade do Pai. Mas um se perdeu na carnalidade e no mundanismo, enquanto o outro se perdeu na religiosidade e na justiça própria. Ambos se perderam em si mesmos. O filho mais velho estava na casa do Pai, mas não o conhecia de verdade – não conhecia o seu amor. Há muitas pessoas que estão perdidas em si mesmo estando na Igreja, na Casa do Pai. Porque não têm descoberto e experimentado o verdadeiro amor desse Pai misericordioso e cheio de Graça. Amor esse expressado claramente pelo “cordeiro cevado” que foi oferecido imerecidamente para os dois!

 A intimidade com o Pai nos guarda de desviar tanto para o mundanismo, quanto para a religiosidade – as duas formas de nos perder em nós mesmos. E tanto um como o outro acabam se tornando prisões. E por religiosidade estamos querendo dizer a prática rígida de preceitos doutrinários sem a essência do amor e da graça de Deus. O que acaba sendo uma forma de troca que não dá certo com Deus. O filho mais velho achava que pelo simples motivo de fazer tudo “direitinho” iria torna-lo elegível a ter todas as dádivas do Pai, quando na verdade o que ele tinha de fazer era pedir e entrar na graça e no amor imerecido do Pai. Apenas pelo fato de ser filho, e nada mais. Ambos, de forma diferente, tiveram de aprender a mesma verdade: a suficiência do Amor do Pai.

O Amor Precisa ser Verbalizado

Certa vez um casal na igreja, com quase 50 anos de casados, estava enfrentando uma crise em seu casamento. E a esposa olha para o marido e diz: “você nunca diz que me ama!”. Então o marido vira-se para ela e diz: “no dia do nosso casamento eu disse que te amava! Se algum dia eu mudar de ideia, eu te aviso!”. É claro que o amor não pode agir assim. Até porque o amor não é realmente amor até que se expresse.

Muitas vezes o nosso amor a Jesus e ao Pai não se desenvolve adequadamente porque não verbalizamos e demonstramos, de maneira prática, o nosso amor. Podemos até ter amor a Deus, mas não somos ensinados a expressar esse amor. Temos às vezes até receio de aproximar do Pai, como o irmão mais velho do filho pródigo parecia ter.

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. João 4:23

Uma vida de intimidade e entrega ao Senhor, que se expressa principalmente em uma vida de adoração e obediência é o caminho para o perdão, a entrega e a transformação. É o que vai nos levar realmente a ser o que fomos chamados para ser. Nos leva a agradar ao Pai, a ser amado por Ele, e a fazer com que Jesus se manifeste em nós e através de nós!

Mas tudo começa com as pessoas e as coisas que você elegeu para serem o objeto da sua afeição.

Quais são, realmente, os objetos da sua AFEIÇÃO?


Roberto Coutinho




domingo, 1 de dezembro de 2019

A Pergunta Que Mais Importa

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"Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas."

João 21.17

É bem conhecida essa dramática conversa de Jesus com Pedro junto ao mar de Tiberíades, após a sua ressurreição, quando ele por três vezes interroga a Pedro quanto ao seu amor por ele. Após tudo o que haviam passado juntos - a traição, os traumas, o arrependimento e o perdão - Ele tinha apenas uma pergunta para fazer a Pedro: "Tu me amas?

Creio que esse diálogo nos permite refletir e entender três princípios básicos:

1. O mais importante é o amor.

O mais importante em nosso relacionamento com o Senhor é o nosso sincero, verdadeiro e íntimo amor para com Ele. Você o ama? O quanto você o ama? De que forma o ama? Mais do que a fé em si, a crença ou até mesmo o comportamento religioso, o que importa realmente é o nosso amor e intimidade com Jesus. E isso vai além de meras palavras. Se traduz em vida e entrega reais. O amor é sempre prático. Ele não é verdadeiro e completo até que se expresse.

2. O nosso amor a Jesus se expressa, de forma prática, à Igreja.

A real forma de expressarmos o nosso amor por Jesus é amando e cuidado das pessoas em geral e do seu rebanho em particular: a Igreja. "Tu me amas? ... Apascenta as minhas ovelhas". A medida que amamos a Jesus, cultivamos esse amor e entrega a Ele, a consequência natural disso é expressarmos esse amor às pessoas, pois Jesus as ama também. O seu amor nos impulsiona a servir aos outros a quem ele também ama e serviu. A melhor medida do nosso amor por Jesus é pelo quanto amamos e servimos às pessoas a quem Ele também ama, e se entregar por elas assim como ele se entregou. Só o amor pode nos levar a isso.

3. Cuidar do rebanho do Senhor é um trabalho para pessoas apaixonadas por Ele

Portanto, conhecemos o amor de uma pessoa por Jesus pela tanto que ela ama a Igreja. O amor a Jesus e aos irmãos é a única verdadeira motivação para o serviço e o ministério ao Senhor e às pessoas. Podem haver muitas outras motivações. Até mesmo a necessidade de nos sentir importantes e aceitos. Servi-lo de forma prática, com nossos recursos de tempo e dinheiro, pode esconder, na verdade, uma motivação centrada em nossas próprias necessidades de aceitação e mérito, e não no nosso amor e entrega a Jesus. É uma linha tênue que nem sempre sabemos distinguir. Pessoas podem estar no ministério, por exemplo, por fama, reconhecimento e até mesmo ganho pessoal. Claro, que isso é algo no íntimo e não muitas vezes visível, às vezes até escondidas atrás de roupagens de humildade e dissimulação. Mas a única pergunta que Jesus tem para nos fazer, ao olhar o nosso coração é: "Tu me amas?" "Eu te conheço?"

Não importa quem você é, o que você faz e quais são os seus plano. A única e verdadeira pergunta a ser feita, e para a qual você deve dar uma resposta sincera é: "Você ama a Jesus?" O restante, é apenas consequência da sua verdadeira resposta a essa pergunta.

Roberto Coutinho  
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

João 21:17
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

João 21:17
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

João 21:17

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

"Ainda que os Faça Esperar"


"Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que os faça esperar"
Lucas 18.7

Vivemos no mundo das respostas rápidas: fastfood, compras online, internetbank, mensagens instantâneas, etc. Temos nos habituado cada vez mais com respostas rápidas e imediatas ao alcance de nossos dedos e à hora que quisermos. A vida se tornou expressa e "esperar" é um verbo que ninguém mais parece estar disposto a conjugar.

Mas uma das lições que aprendemos andando com Deus é que Ele, em sua soberania, não tem compromisso nenhum com a nossa pressa. Aliás, Einstein fez demonstrações matemáticas de que o tempo é relativo e isso parece corroborar a ideia de que o Senhor, como ser supremo, não está sujeito à prisão do tempo como nós. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13.8). Ele é o "Eu Sou" (Êxodo 3.14). Ele não é o "Eu Era" e nem o "Eu Serei". Ele é o "Eu Sou". Definitivamente, tempo é algo absolutamente diferente para Deus do que é para nós. 

Esperar é uma atitude contrária à nossa natureza
As Escrituras dizem que tudo tem o seu tempo (Eclesiastes 3.1-8). Mas para Deus essa noção de tempo parece estar mais ligada a sequência de eventos e "estar pronto" para algo do que com prazos curto, médio ou longo. Existe para Ele apenas o "tempo certo". E creio que temos que aprender essa noção de tempo de Deus. Nossa pressa e ansiedade costumam ser, na verdade, empecilhos para o seu rápido mover.

"Digo-vos que depressa lhes fará justiça" (versículo 8). Espera aí Jesus! Ele vai nos fazer "esperar" ou vai "depressa nos fazer justiça"?  Vejam como a noção de tempo de Deus é confusa para as nossas mentes. Ele vai "depressa nos fazer justiça" assim que chegar o momento certo. Talvez Ele nos faça esperar, mas somente pelo tempo realmente necessário.

Deus fará justiça no tempo certo. Se você tem clamado de dia e de noite por algo justo, Ele fará justiça, ainda que te faça esperar um tempo. Temos que aprender a esperar Nele. Alguém disse que quando você ora e Deus não muda a situação é porque Ele está querendo  mudar você e não a situação. A seu tempo a situação também vai mudar.

Ele fará justiça, ainda que te faça esperar um tempo!

Roberto Coutinho


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Sete Prioridades que Produzem Maturidade - Parte 7 (Final)


Caráter e Dons


Segue a sétima e última parte dessa nossa série de estudos. Não deixe de ver as outras partes sobre esses importantes princípios e prioridades que operam maturidade em nós. Não deixe de ver nenhuma das sete partes! Vamos em frente...

7. Caráter e dons são dois aspectos essenciais para uma liderança cristã eficaz. Mas caráter é mais importante do que dons. (Mateus 7.21-23)

Uma pessoa pode destruir, com o seu caráter, aquilo que construiu com os seus dons. Quantos líderes e pessoas carismáticas construíram, com seus dons e talentos, ao longo de anos, obras e grandes realizações para depois, às vezes num instante, destruírem tudo devido a falhas em seu caráter? Caráter e dons são importantes para um serviço e um ministério eficazes, mas o caráter é mais importante do que os dons, porque o caráter protege os dons. Muitas pessoas oram para receber dons e talentos, e é importante que o façam. Mas poucas pessoas oram por caráter, pedindo ao Senhor que lhes conceda e forme nelas o seu próprio caráter – os traços e a beleza do caráter de Cristo – que é o que dá sustentação verdadeira a um ministério eficaz e duradouro. Dons e unção são importantes. Mas caráter é mais importante do que dons.

Como eu disse na introdução dessa série de estudos, há muitos outros princípios e prioridades que cooperam para o nosso crescimento em Deus. O importante é que, à medida que os entendamos, sejamos capazes de fazer aplicação prática deles em nossa própria experiência, não só para a nossa maturidade, mas para que possamos estar equipados para levar a Palavra do nosso amado Senhor Jesus a todos que pudermos alcançar com nossa vida e testemunho, ensinando-as a guardar todas as coisas que temos aprendido com o nosso Mestre. É esse aprendizado pessoal e em comunhão que nos torna aptos a fazer discípulos de todas as nações, de forma efetiva e eficaz.

 Reveja, com atenção e reflexão cada um dos sete pares de aspectos que estudamos nessa série de estudos. Vistos em conjunto eles proporcionam a você um melhor entendimento sobre como esses aspectos, quando colocados na devida perspectiva e na correta prioridade, operam crescimento e maturidade em sua vida.

Que o Senhor abençoe sua vida, até a próxima!


Roberto Coutinho

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Sete Prioridades que Produzem Maturidade - Parte 6


O Caminhos e as Obras do Senhor


Segue a parte 6 do nosso estudo (se você perdeu as anteriores, veja-as):

6. Os caminhos do Senhor e as suas obras são duas áreas importantes do nosso conhecimento Dele. Mas conhecer os seus caminhos é mais importante do que conhecer as suas obras. (Salmos 103.7; João 17.3)

Moisés e o povo de Israel tinham níveis diferentes de revelação do Senhor. O povo conheceu e testemunhou as obras e os grandes feitos de Deus, mas Moisés conheceu mais: conheceu o próprio coração e a mente do Senhor. Conheceu os seus caminhos. A mente do Senhor é mais importante do que as suas mãos. Nós podemos conhecer e até mesmo experimentar o que Ele faz, mas não conhecer realmente a sua pessoa, seus caminhos, sobre como trabalha em nós e o que é realmente importante para Ele. É importante conhecer as suas obras, mas elas fornecem uma revelação apenas parcial sobre a sua Pessoa. Elas testemunham sobre o seu caráter, sua fidelidade e amor. Mas podemos estar mais focados no que Ele faz em si, como o povo de Israel, do que no próprio Deus, e acabamos não nos tornando aptos a realizar o seu propósito. Podemos acabar nos tornando infrutíferos.  

A vida eterna é conhecer a Deus (João 17.3) e não apenas o que Ele faz. Conhecer as suas obras é muito importante. Fortalece a nossa fé. Mas conhecer os seus caminhos é mais importante do que conhecer as suas obras.

Você tem conhecido os caminhos do Senhor, a forma como age e opera em sua vida? Tem encontrado o seu prazer em conhecer a Deus, independentemente do que já fez ou tem feito? 

Até o nosso próximo post sobre essa série... sobre o equilíbrio entre caráter e dons (Parte 7).


Roberto Coutinho

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Sete Prioridades que Produzem Maturidade - Parte 5

 

Dar e Receber


Segue a parte 5 do nosso estudo (se você perdeu as anteriores veja-as):

5. Dar e receber são duas ações presentes em todos os nossos relacionamentos. Mas dar é mais importante do que receber. (Atos 20.35; 2 Coríntios 9.7)

Essa é uma das lições de Jesus que, a princípio, mais parece contrariar nossa natureza humana pois, em geral, nós gostamos mais de receber. Mas mesmo de um ponto de vista humano há muita gratificação pessoal no ato de dar, de alegrar o coração de alguém dando-lhe algo de que necessita ou mesmo, simplesmente, para demonstrar nosso afeto. E as Escrituras nos ensinam que, na verdade, é mais bem aventurado dar do que receber. Dentre outras coisas porque dar nos torna semelhantes a Deus, que “deu” o melhor do que tinha para nós: o seu único e amado Filho. “Dar”, portanto, mesmo quando aparentemente não há nada a receber em troca, nos torna semelhantes a Ele. Generosidade é um dos atributos de Deus, e quando somos generosos nos tornamos semelhantes ao nosso Pai. E quem dá, oferecendo o seu melhor, semeia constantemente o bem. E isso, via de regra, acaba retornando a nós na forma de bênçãos. Não porque se trata de uma negociata. Mas porque colhemos daquilo que semeamos ao longo da vida. Semeando o bem acabaremos sempre recebendo o bem de volta. Dar e receber é algo legítimo em toda relação – com as pessoas e com Deus. Mas dar é mais importante do que receber.

Reflita sobre como está esse balanço entre o dar e receber em sua vida. Você tem facilidade de ser generoso e responsivo às oportunidades de ofertar seu tempo, sua vida e seus recursos conforme suas possibilidades e desafios ao redor?

Até o nosso próximo post, sobre os caminhos e as obras do Senhor (Parte 6).

Roberto Coutinho

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Sete Prioridades que Produzem Maturidade - Parte 4


Obedecer e Sacrificar


Segue a parte 4 do nosso estudo (veja as anteriores de você as perdeu):

4. Obediência e sacrifícios de louvor são duas atitudes que o Senhor ama. Mas obedecer é mais importante do que sacrificar. (1 Samuel 15.22-23)

Por sacrifícios, hoje, podemos entender o louvor, a adoração e a celebração, que são todos aspectos emocionantes e importantes da nossa experiência com o Senhor. A alegria do Senhor é a nossa força (Neemias 8.10). O Senhor procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade (João 4.23-24). É indiscutível a importância da adoração, do louvor e da celebração. Mas quando elas são verdadeiras, realmente em espírito e em verdade, elas nos conduzem à obediência e à santidade. Por dedução, é possível alguém sacrificar - louvar, cantar e aparentemente adorar - mas não obedecer. Ficar apenas no nível das emoções. Sacrificar é importante, mas obedecer é mais importante do que sacrificar.

Você consegue discernir, em sua vida, essa diferença entre obedecer e sacrificar? Como você avalia esses dois aspectos em sua vida?

Até o nosso próximo post sobre "Dar" e "Receber" (Parte 5).

Roberto Coutinho

domingo, 29 de setembro de 2019

Sete Prioridades que Produzem Maturidade - Parte 3


Fazer e Sentir 


Segue a parte 3 do nosso estudo (veja as anteriores, se as perdeu):


3. Fazer e sentir são dois aspectos que caracterizam nossa jornada espiritual. Mas fazer é mais importante do que sentir. (Lucas 6.46; Mateus 21.28-31)

Outro desequilíbrio que pode haver é uma ênfase exagerada nas experiências carismáticas de “sentir”, através de revelações, curas e milagres, mas com pouca ênfase no “fazer” a vontade do Pai. É um misticismo exagerado em detrimento de uma vida prática de amor, comunhão, honestidade e serviço ao próximo. É quando o “sentir e experimentar” é mais valorizado do que a vida prática de amor, testemunho e comunhão verdadeira. Jesus criticou também o sentimentalismo raso daqueles que, ao ouvir a Palavra, choram e dizem que vão fazer o que se pede mas depois, na prática, acabam não fazendo – ou seja, ficam apenas no sentimentalismo. São válidas e até necessárias as experiências carismáticas. Mas fazer é mais importante do que sentir.

Você se considera uma pessoa caracterizada pelo sentir ou pelo fazer? Um desses aspectos é mais forte em você ou acha que há um equilíbrio entre eles? É possível fazer sem sentir, sentir e não fazer ou sentir e fazer? Qual você acha que vem antes?

Reflita sobre esses e outros aspectos e, se quiser, me envie os seus comentários.

Até o nosso próximo post, sobre "obedecer e sacrificar" (Parte 4).


Roberto Coutinho

sábado, 28 de setembro de 2019

Sete Prioridades que Produzem Maturidade - Parte 2


Maturidade e Prosperidade


Segue a parte 2 do nosso estudo e reflexão:

2. Maturidade e prosperidade são dois frutos resultantes da nossa caminhada espiritual. Mas maturidade é mais importante do que prosperidade. (Mateus 19.21)

Entre um filho maduro e um filho próspero e abastado, Deus sempre prefere ter um filho maduro. Ele pode até tornar-se essas duas coisas – próspero e maduro (3 João 2). Mas entre um e outro, é melhor para você e para o Senhor que você seja maduro, do que próspero e imaturo. Aquilo que “somos” é mais importante do que aquilo que “temos”. Ser é mais importante do que ter. O que somos iremos levar conosco para a eternidade, mas aquilo que temos não. Essa é uma mentalidade que conflita com a mentalidade dominante em nossa sociedade, que mede o sucesso de uma pessoa pela quantidade de bens que ela possui. Não há nada de errado em ter bens, desde que obtidos através de trabalho honesto e como manifestação das bênçãos de Deus em sua vida. Mas esse não deve ser o motivo último de se buscar ao Senhor. As bênçãos são apresentadas nas Escrituras como resultado de uma posição correta em Deus, e não como o motivo em si para buscá-lo. Prosperidade também é a vontade do Senhor para você. Mas maturidade é mais importante do que prosperidade.

Como você enxerga o equilíbrio entre maturidade e prosperidade em sua vida? 

Até o nosso próximo post... sobre "Fazer" e "Sentir" (Parte 3).


Roberto Coutinho