Mateus 11.27
Jesus deixa claro nesse versículo que Ele veio para nos revelar Deus como "Pai". Deus não era conhecido assim até então. Você praticamente não encontra nenhuma referência a Deus no Velho Testamento como Pai. Ele era chamado de Senhor, Jeová, El Shadai (Todo Poderoso) e assim por diante. Devido ao mandamento de não tomar o seu Santo Nome em vão, os judeus evitavam pronunciá-lo. Era uma relação onde Deus era o Senhor, excelso, e eles o seu povo amado - seus servos. A revelação de Deus como Pai só acontece com vinda de Jesus. E a razão é simples, e foi explicada pelo próprio Jesus:
..."quem vê a mim, vê o Pai. Como dizes tu: mostra-nos o Pai?" João 14.9b.
Não há Pai a menos que haja um Filho. Ninguém se torna um Pai enquanto não for revelado que ele tem um filho. E Jesus não só veio para revelar-se como Filho de Deus, mas para nos dar a possibilidade de também nos tornarmos filhos de Deus (João 1. 12). E de desfrutarmos dos benefícios de nossa filiação (Romanos 8.15 e Gálatas 4.6-7)
Um outro significado subjacente a esse é o que nos é revelado em Efésios 3.14-15. Como Derek Prince, um renomado Mestre da Palavra escreveu certa vez, esse texto nos revela que toda a paternidade deriva da paternidade original de Deus. Portanto, os pais recebem uma autoridade que é derivada da autoridade original de Deus. E a figura do nosso pai natural reflete a imagem de Deus como Pai.
Estudos foram realizados e comprovaram os reflexos negativos da ausência da figura do pai no desenvolvimento humano. Um excelente e reconhecido estudo nesse sentido foi conduzido por um psicólogo e pesquisador francês chamado Guy Corneau. Ele não tem um enfoque cristão mas demonstra, com clareza, a necessidade humana da figura do Pai. Ele estudou os efeitos da ausência paterna na geração que cresceu, sem os seus pais, logo após a Segunda Guerra Mundial, devido à enorme quantidade de homens que morreram no conflito. Esse estudo é sintetizado no excelente livro: "Pai Ausente, Filho Carente", publicado em português pela Editora Brasiliense. Recomendo, a todos que puderem, a leitura desse livro.
Capa do livro "Pai Ausente, Filho Carente". |
Portanto a figura de nosso Pai natural é uma referencia moral, afetiva e espiritual que nos revela não somente a nossa origem, mas também o nosso destino.
Que todos nós possamos honrar nossos Pais e celebrarmos, neles, a autoridade e a revelação de Deus em nossa vida!
Roberto Coutinho
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