"Porém cedo se esqueceram das suas obras; não esperaram o seu conselho. Mas deixaram-se levar à cobiça no deserto, e tentaram a Deus na solidão. E ele lhes cumpriu o desejo, mas enviou magreza às suas almas."
Salmos 106.13-15
Não é surpreendente esse texto? Ele fala sobre a saga do povo de Israel no deserto. Eles preferiram ter seus desejos imediatos, suas cobiças, satisfeitas e não se importaram em esperar o conselho do Senhor. Não quiseram ouvir e corresponder ao plano que Deus tinha para eles. Ele tinha feito muitos sinais e prodígios maravilhosos para libertar o povo do Egito, mas eles logo se esqueceram disso e não quiseram esperar o conselho do Senhor. Eles passaram a pensar apenas em suas cobiças e as coisas que desejavam no deserto. Eles perderam o foco no propósito de Deus e passaram apenas a se preocupar com aquilo que queriam receber Dele.
O mesmo acontece freqüentemente hoje com o povo de Deus. As pessoas estão mais interessadas nas coisas que Ele pode lhes dar do que no cumprimento da sua vontade em suas vidas. Começam a cobiçar as coisas e as buscá-las em Deus. Estão mais preocupadas com as mãos de Deus do que com a Sua mente e coração. Tornam-se uma espécie de mercenários espirituais em busca de bençãos materias. Mas qual é o resultado disso?
O texto diz: ..."E ele (Deus) lhes cumpriu o desejo, mas enviou magreza às suas almas". Deus responde essas orações, porque Ele é fiel. Ele até atende os seus pedidos, mas envia magreza às suas almas, ou seja, as pessoas não experimentam o melhor de Deus em sua vida espiritual, não têm vitória verdadeira e acabam se perdendo em sua própria cobiça. Tornam-se como crianças mimadas que têm tudo mas não são felizes. Como alguém certa vez disse, o perigo de orarmos é que Deus responde. Às vezes, de tanto insistirmos, Ele nos concede, para tratar conosco e nos revelar como estamos colocando o coração nas coisas erradas. Deus deu a eles o que pediram, como carne, alimento e água em abundância no deserto, mas eles acabaram morrendo lá sem desfrutar do melhor das promessas de Deus. Seus corpos estavam cheios, mas suas almas estavam vazias.
Que saibamos pedir as coisas que realmente são importantes para Deus, e não aquelas que simplesmente satisfazem à nossa cobiça. O grande risco é que, se insistirmos em pedir as coisas erradas, Ele acabará nos dando. Mas acabaremos vazios de alma: sem senso de propósito, sem amor e verdadeira realização pessoal.
- Roberto Coutinho
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