sábado, 17 de agosto de 2013

TIAGO - PARTE 7: A DIREÇÃO DE DEUS

"Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por um instante e logo se dissipa. Em vez disso, deveis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isso ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante é maligna".

Tiago 4.13-15

Em nosso último estudo vimos o poder da vontade e como ela pode nos levar para longe de Deus. Agora, precisamos entender que Deus tem sempre uma direção para nós, que devemos conhecer e andar nela.

Onde você está, o que você é e para onde você está indo é o resultado de seus próprios planos ou o resultado do seu andar na direção de Deus? Seu trabalho, a cidade onde vive, o que você estudou ou está estudando, o que ocupa o seu tempo, sua atenção e energia, estão em linha com a direção de Deus? Em resumo: VOCÊ ESTÁ SEGUINDO A DIREÇÃO DE DEUS?

Como você decide a direção que tomar em sua vida?
O texto acima de Tiago 4.13-15 traz um confronto entre o que poderíamos chamar de abordagem de vida centrada em nossas próprias pretensões x abordagem de vida centrada na direção de Deus. Não é uma questão apenas retórica, religiosa e de jargão espiritual, mas uma questão absolutamente prática, que diz respeito ao eixo em torno do qual orientamos nossa vida: nossos alvos, nossos planos e nossas decisões. E ele ensina que não há espaço para neutralidade nessa questão. Ou estamos seguindo nossas próprias pretensões arrogantes ou estamos seguindo a direção de Deus. E mais do que isto: afirma também que a jactância humana em torno de nossas próprias pretensões é maligna (provém do inimigo). 

Muitas pessoas que vão à igreja, professam sua fé em Cristo e mantém uma prática religiosa regular, o fazem sem abdicar do controle total de suas pretensões, planos e decisões. Não submetem-se a nenhuma forma de busca objetiva da vontade e direção de Deus. Elas mantém o monopólio das suas decisões e não buscam aconselhamento ou alguma forma de orientação junto a seus líderes, pessoas mais maduras e nem, muito menos, de Deus diretamente.

No entanto, veja o que diz Romanos 8.14:

"Porque todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus".

Ser guiado pelo Espírito de Deus é a nossa marca como filhos de Deus. Mas por que é tão importante assim seguirmos a direção do Senhor? Creio que podemos enumerar, pelo menos, as seguintes razões:

1. Porque Ele tem um plano para cada um de nós. Efésio 2.10.
2. Porque Ele sempre sabe o que é melhor para nós. Romanos 12.2.
3. Porque Ele conhece as consequências de nossas decisões no futuro. Tiago 4.14.
4. Porque ser guiado por Deus nos leva a permanecer para sempre. 1 João 2.17.

Gostaria também de compartilhar um princípio nas escrituras que nos é revelado em, pelos menos, três textos:

1. Jonas 1.1-3: Jonas fugiu "da presença do Senhor", e foi para Társis.
2. Gênesis 4.16: Caim saiu "da presença do Senhor", e foi habitar na terra de Node.
3. Gênesis 17.1: Deus manda Abrão a andar "na sua presença" e ser perfeito.

O que podemos inferir a partir desses três textos? Sempre que alguém tomava uma direção contrária à vontade de Deus, as escrituras dizem que essa pessoa fugiu, ou saiu, da "presença de Deus". E quando Abrão é convidado a andar na direção de Deus para sua vida é usado o termo "anda em minha presença". Portanto, podemos concluir que andar na direção de Deus é o mesmo que andar na sua presença: com sua cobertura, proteção e benção. Quando saímos da sua direção, porém, saímos da sua cobertura, proteção e deixamos de atender os requisitos necessários para recebermos suas bençãos.

Você pode "estar" na presença de Deus quando vai à igreja, participa de uma reunião de oração ou participa de um tempo precioso de louvor e adoração. Mas você "anda" na presença de Deus quando vive em obediência à sua palavra e direção.A presença do Senhor em sua vida está onde Ele apontou você para ir e estar. É como a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite, quando o povo peregrinava no deserto. Se você quisesse andar na presença de Deus, então precisava ir para onde a nuvem e a coluna de fogo iam.

Muitos cristãos querem ser abençoados, participam de campanhas e correntes de oração, mas não andam na direção de Deus, são desobedientes e não a seguem. Vagam por aí sem cobertura e proteção de Deus. Consequentemente, não desfrutam das bençãos decorrentes e vivem abertos aos ataques e investidas do inimigo. Perdem o melhor de Deus e vivem em desânimo e derrota. 

E você, irmão? Vai abraçar a direção de Deus para sua vida, ou vai fugir para Társis?

Portanto, podemos enunciar aqui o seguinte princípio:

"A presença ativa de Deus está onde Ele disse para estarmos".

Creio que podemos dividir a presença de Deus, em nossa experiência, em três níveis:

1. Presença Inconsciente:
Ocorre na vida de todos, que em geral nem têm consciência dela. É fruto da onipresença de Deus.

2. Presença Sensitiva:
Para quem se relaciona com Ele. É a presença de Deus que sentimos na oração, na adoração, na meditação e nas escrituras, etc. É a sua presença sensitiva.

3. Presença Ativa:
Para quem anda na sua direção, em obediência. Deus não somente está presente mas atuando diretamente em nossa vida.

Quando andamos na direção de Deus, temos a sua presença ativa.

Roberto Coutinho

domingo, 11 de agosto de 2013

CAMPANHA: REIVINDICANDO SUA HERANÇA PERDIDA


DIAS 4, 11, 18 E 25 DE SETEMBRO - 20 HORAS
COMUNIDADE DA FAMÍLIA CRISTÃ

TODOS ESTÃO CONVIDADOS!




Ministração: Roberto Coutinho

TIAGO PARTE 6: O PODER DA VONTADE

“De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”.

Tiago 4.1-3

A frase "dos prazeres que militam na vossa carne", no versículo acima, poderia ser substituída pelas palavras "das suas vontades". A vontade do homem é a mola propulsora das suas ações e comportamento. Portanto, é uma área que necessita da ação direta da graça de Deus para que possamos ter vida que agrada ao Senhor.

A vontade não é apenas um sentimento. Ela é um vetor: possui intensidade e direção. E está sempre nos levando a algum lugar. Onde vamos chegar e que resultados iremos atingir dependem, em grande medida, da direção de nossas vontades. A questão crítica que se coloca aqui é: para onde suas vontades estão levando você?

Em Gênesis 4.6-7 temos a seguinte afirmação do Senhor:

"Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo".

Conhecemos a história e o que acabou acontecendo: Caim se levantou contra Abel, por inveja, e o matou. Vemos aqui que a vontade do homem caído pode levá-lo a cometer as maiores insanidades. Ela é forte, e o homem caído nem sempre é capaz de controlar seus desejos e vontades. Concluímos, portanto, que uma das principais características do novo homem, restaurado pelo evangelho, é a de ter a sua vontade transformada de acordo com a vontade de Deus, pela graça e operação do Espírito Santo. Nossos desejos contrários à sua vontade precisam ser tocados e transformadas por Ele, se quisermos viver uma vida que o agrade. E isso é algo sobrenatural. É o milagre da transformação pela Graça de Deus.




Esta ação transformadora da nossa vontade está disponível para nós hoje. Veja o que Paulo escreve em Filipenses 2.13:

"porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade".


A Graça de Deus opera em nossa vida transformando nossa vontade, alinhando-a com a vontade de Deus, e nos colocando no caminho da vitória pessoal sobre o pecado. Mas esse não é um processo automático. Precisamos estabelecer as condições para que essa ação transformadora tome lugar em nossa experiência. Mas quais são essas condições?

Sem querer ter a pretensão de ter uma resposta completa a essa pergunta, gostaria de sugerir que essas condições envolvem pelo menos três atitudes:

1. Quebrantamento (Tiago 4.8-10): significa uma atitude de arrependimento, humildade e dependência do Senhor.

2. Renúncia (Lucas 22.42): decisão verbalizada de abrir mão de sua vontade em favor da vontade de Deus. É muitas vezes verbalizar essa decisão mesmo contra nossa vontade, como foi no caso de Jesus no Getsêmani. Essa verbalização é pouco praticada pelos cristãos hoje em dia. Ma ela é bíblica e tem o poder de trazer transformação para a área em foco de nossa vida.

3. Consagração (Romanos 12.1-2): a vida cristã não é apenas de quebrantamento e renúncia. Ela é ativa e dinâmica, através da nossa dedicação a fazer aquilo que sabemos ser da vontade de Deus. Isso é consagração: direcionar nossas ações e atitudes para o centro da vontade de Deus.

Que o Senhor nos ajude a trilhar o caminho do crescimento e da transformação de nossa vontade, para que ela se torne cada vez mais agradável a Ele!

Roberto Coutinho

Pai: Referência de Deus. Senso de Origem e Destino.

"Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar".
Mateus 11.27

Jesus deixa claro nesse versículo que Ele veio para nos revelar Deus como "Pai". Deus não era conhecido assim até então. Você praticamente não encontra nenhuma referência a Deus no Velho Testamento como Pai. Ele era chamado de Senhor, Jeová, El Shadai (Todo Poderoso) e assim por diante. Devido ao mandamento de não tomar o seu Santo Nome em vão, os judeus evitavam pronunciá-lo. Era uma relação onde Deus era o Senhor, excelso, e eles o seu povo amado - seus servos. A revelação de Deus como Pai só acontece com vinda de Jesus. E a razão é simples, e foi explicada pelo próprio Jesus:

..."quem vê a mim, vê o Pai. Como dizes tu: mostra-nos o Pai?" João 14.9b.

Não há Pai a menos que haja um Filho. Ninguém se torna um Pai enquanto não for revelado que ele tem um filho. E Jesus não só veio para revelar-se como Filho de Deus, mas para nos dar a possibilidade de também nos tornarmos filhos de Deus (João 1. 12). E de desfrutarmos dos benefícios de nossa filiação (Romanos 8.15 e Gálatas 4.6-7)




Um outro significado subjacente a esse é o que nos é revelado em Efésios 3.14-15. Como Derek Prince, um renomado Mestre da Palavra escreveu certa vez, esse texto nos revela que toda a paternidade deriva da paternidade original de Deus. Portanto, os pais recebem uma autoridade que é derivada da autoridade original de Deus. E a figura do nosso pai natural reflete a imagem de Deus como Pai.

Estudos foram realizados e comprovaram os reflexos negativos da ausência da figura do pai no desenvolvimento humano. Um excelente e reconhecido estudo nesse sentido foi conduzido por um psicólogo e pesquisador francês chamado Guy Corneau. Ele não tem um enfoque cristão mas demonstra, com clareza, a necessidade humana da figura do Pai. Ele estudou os efeitos da ausência paterna na geração que cresceu, sem os seus pais, logo após a Segunda Guerra Mundial, devido à enorme quantidade de homens que morreram no conflito. Esse estudo é sintetizado no excelente livro: "Pai Ausente, Filho Carente", publicado em português pela Editora Brasiliense. Recomendo, a todos que puderem, a leitura desse livro.



Capa do livro "Pai Ausente, Filho Carente".

 Portanto a figura de nosso Pai natural é uma referencia moral, afetiva e espiritual que nos revela não somente a nossa origem, mas também o nosso destino. 

Que todos nós possamos honrar nossos Pais e celebrarmos, neles, a autoridade e a revelação de Deus em nossa vida!

Roberto Coutinho